Os três mortos em um confronto com a Brigada Militar na Rua da Represa, no bairro Coronel Aparício Borges, zona leste de Porto Alegre, na quinta-feira (25), tiveram os nomes divulgados nesta sexta (26). Segundo a Polícia Civil, eles foram identificados como Robson Brandão Flores, 26 anos, Felipe Pinto Griebler, 23, e um adolescente de 17 anos.
Conforme a polícia, os dois homens mais velhos tinham antecedentes por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. O adolescente também respondeu por infração análoga a tráfico de drogas e porte de arma.
De acordo com o Tribunal de Justiça, Griebler havia sido condenado a 11 anos de prisão. Brandão era réu em dois processos por tráfico de drogas e também por violência doméstica. Já o adolescente tinha duas condenações por tráfico no Juizado da Infância e Juventude.
Na quinta-feira, segundo a BM, uma ligação ao 190 informou que havia três homens mantendo dois adolescentes e a mãe deles reféns em uma residência. Por causa disso, uma viatura do Pelotão de Operações Especiais do 19º Batalhão de Polícia Militar foi enviada ao local.
Os PMs contaram que foram recebidos a tiros ao entrar na casa e, por isso, revidaram. Nenhum policial se feriu.
Os três baleados chegaram a ser levados na parte traseira de uma caminhonete da BM até o Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiram. O caso será investigada pela 1ª Delegacia de Homicídios.
O delegado Eibert Moreira Neto, diretor de investigação do Departamento de Homicídios da Capital, informa que não vê indícios de ação ilegal por parte da Brigada.
— A princípio, a ação parece revestida de legalidade. Não há suspeita preliminar de que tenha havido equívoco por parte da Brigada Militar. Foram apreendidas cinco armas na ação — explica.
Ainda assim, segundo o delegado, "o fato será melhor esclarecido no curso do inquérito policial". A família sequestrada e moradores das proximidades devem ser ouvidos, além dos agentes que trabalharam na ação.
BM mantém reforço
O policiamento está reforçado na área desde domingo (21), após um homem apontado pela polícia como líder do tráfico de drogas na região e o segurança dele terem sido mortos em outra ação da Brigada Militar. Patrulhas do 1º Batalhão, do 19º e do Batalhão de Polícia de Choque percorrem as ruas para reprimir o tráfico de drogas no local.
— Esse reforço no policiamento vai se manter. O bairro já voltou a normalidade, mas não podemos impedir a comunidade de frequentar escola, pontos de ônibus — assegura o tenente-coronel José Carlos Pacheco Ferreira, comandante interino de policiamento da Capital.
Na quinta, horas antes da ação que resultou na morte do trio, a BM havia preparado uma operação após denúncias de um grupo de aproximadamente 10 homens armado com fuzil estar em uma área do morro. Helicópteros e um grande contingente de soldados foram enviados. Ao menos três homens foram presos.
Por que não divulgamos o nome do adolescente?
Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não seja explícito sobre a não divulgação de identidades de menores assassinados, trata-se de uma decisão editorial de GaúchaZH não expor adolescentes mortos suspeitos de envolvimento em crimes.