A Polícia Civil identificou como Cláudio Roberto Nardi, 59 anos, o homem morto em troca de tiros com policiais civis na manhã desta terça-feira (16) em Montenegro, no Vale do Caí. Na ação contra furto de gado e comércio ilegal de armas, em uma propriedade rural do município, foi morto o escrivão Edler Gomes dos Santos, 54 anos, e ficou ferido o agente Alexandre Machado. Em princípio, ele passa bem.
O delegado regional de Montenegro, Marcelo Farias, diz que Nardi era um dos alvos da investigação policial e que na casa dele foram encontradas carnes de tatu, capivara, aves silvestres, porco e ovelha. A suspeita é de que seriam produtos de caça ilegal e abigeato.
Segundo a própria polícia, foi realizado nesta terça-feira o Dia D contra abigeato, envolvendo duas operações que tiveram apurações paralelas. Nardi era investigado, em princípio, por receptação de carne furtada no Vale do Caí e havia um mandado de busca no local em que ele estava — o mesmo lugar em que ocorreu o confronto.
Farias diz que o homem morto na troca de tiros estava com um congelador repleto de carne e que utilizou uma espingarda calibre 12, com numeração raspada. Nardi é apontado como autor dos tiros que atingiram os agentes e a perícia já confirmou à polícia que o escrivão foi morto por um disparo de espingarda calibre 12, segundo o subchefe de Polícia, delegado Fábio Mota Lopes. O corpo de Edler foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) por volta do meio-dia e ainda não há previsão de liberação. Lopes confirmou que o sepultamento, ainda sem data marcada, será no Cemitério Jardim da Paz, na zona leste de Porto Alegre.
Outros detalhes sobre o envolvimento de Nardi em um esquema de furto de gado estão sendo apurados, como, por exemplo, qual a ligação dele com os ladrões de gado, se participava dos furtos ou se apenas adquiria a carne ilegal, entre outros fatos. Em princípio, só havia uma pessoa na residência em que houve o confronto e onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão. Nardi tinha antecedentes criminais por poluição ambiental, lesão de trânsito e crime contra a fauna. Lopes ainda ressalta que, antes da troca de tiros, os agentes se identificaram e pediram para que ele saísse de dentro da residência.
- Mas ele acabou disparando e não entendemos o real motivo desta reação dele - explicou Lopes.
Contraponto
O filho de Nardi, Murício Souza Nardi, trabalha como motorista e negou que o pai tinha envolvimento com o crime. Ele acredita que Nardi acordou assustado com a movimentação policial, sem saber que eram agentes, e atirou. Maurício diz que o pai era agricultor e que usava o local onde houve o confronto para acampar há pelo menos seis meses. No entanto, ele confirmou que tem um irmão envolvido com abigeato.