O Ministério Público (MP) denunciou um homem de 26 anos pela morte de Mariene Rossi Teixeira, 29 anos, ocorrida em Santa Maria no dia 25 de maio. O denunciado, que é ex-cunhado da vítima, não teve o nome divulgado pela Polícia Civil e pelo MP.
O homem foi preso em flagrante em casa, com computador, celular e uma colcha da vítima, suja de sangue, horas depois do crime. Ele confessou ter matado Mariene e ter simulado cena de suicídio ao enrolar fios de luz no pescoço dela.
De acordo com o promotor Joel Dutra, a denúncia foi remetida à Justiça ainda no fim da tarde desta segunda-feira (10). Ele explica que o homem foi denunciado por latrocínio (roubo com morte), com base nas evidências apresentadas no inquérito policial concluído em 6 de junho. Contudo, Dutra não descarta que ao longo do processo outros crimes possam ser incluídos na peça.
— Todos os indícios dentro do inquérito policial dão conta de um latrocínio. Houve violência, morte e ele levou os pertences da vítima. Oferecemos denúncia por latrocínio, mas também verificamos na cena descrita pelos policiais, roupas espalhadas e a vítima seminua. Não descarto que, com a instrução, surja a hipótese de tentativa de estupro com homicídio. O laudo para estupro ter dado negativo não quer dizer que não tenha ocorrido uma tentativa. O que chama a atenção também é que ele entra em luta corporal com a vítima, tira a vida dela e simula um suicídio. Não é comum em latrocínios a pessoa se preocupar com a cena do crime e com a simulação para que a autoridade policial não descubra o que aconteceu.
O promotor ainda destaca que o homem já tinha condenação por estupro na cidade de Canoas e estava em liberdade condicional. Hoje, ele está preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm).
Como Mariane foi encontrada seminua, um laudo foi feito para verificar se a vítima tinha sido estuprada, mas, conforme a delegada responsável pela investigação, Alessandra Padula, o resultado foi negativo:
— Essa era uma perícia importante que estávamos esperando, mas o laudo veio conclusivo dizendo que ela não foi estuprada. Além disso, tínhamos a dúvida se tratava-se de um homicídio seguido de furto ou se de um latrocínio. Pelo depoimento dele e por outras provas que temos, é latrocínio. Ele foi para roubar as coisas da vítima, ela acaba acordando e aí ele resolveu matar para parar de gritar e não entregar ele. Depois disso, ele pegou dois bancos compridos de madeira, amarrou com fios de luz para tentar parecer que ela tinha se matado enforcada.
O caso
O crime ocorreu na madrugada de 25 de maio e o corpo de Mariene Rossi Teixeira foi localizado na manhã seguinte. Horas depois, o ex-cunhado da vítima foi preso em flagrante, em casa, com pertences dela.
Conforme a delegada responsável pela investigação, à época, o homem confessou ter invadido a casa da ex-cunhada durante a madrugada, tentado roubar os pertences e, quando percebeu que Mariene acordou, ele a esganou até a morte com as mãos. Depois, tentou simular uma cena de suicídio, amarrando fios de luz no pescoço dela.
A investigação aponta que a jovem teria mandado mensagens para familiares dizendo que o ex-cunhado estava tentando entrar na casa dela. Porém, pelo horário, ninguém a respondeu.