Após seis meses de espera, foram ativados na tarde desta quinta-feira (2) os dois contêineres que abrigarão presos que estavam nas celas de Delegacias de Polícia e Pronto Atendimento (DPPA) do Vale do Sinos. As estruturas estão no pátio do Instituto Penal de Novo Hamburgo.
Os contêineres foram comprados pelo Judiciário, mas ficaram seis meses sem uso. O motivo era a falta de efetivo para fazer a custódia dos detidos. Nestas primeiras semanas, policiais da reserva que atuam na Força Gaúcha de Pronta Resposta exercerão esta função. Depois, 12 PMs da reserva, selecionados por meio do Corpo Voluntário de Militares Estaduais Inativos da Brigada Militar (CMVI), irão custodiar os presos — os policiais, atualmente, passam por treinamento.
Inicialmente foram colocados apenas oito presos em cada contêiner como uma espécie de teste, para analisar como será o andamento. A capacidade das estruturas é para 16 pessoas.
— É uma extensão das DPPAs. Hoje, as celas estão cheias e a custódia tem de ser feita na parte externa. Isso acaba ocasionando indignidade para os presos, além de expor os policiais. A ideia é que os contêineres sejam celas de transição, como são os xadrezes das delegacias — disse o juiz Carlos Fernando Noschang Junior, da Vara de Execuções Criminais Regional de Novo Hamburgo.
O juiz afirmou ter expectativa de que os presos fiquem no local poucos dias até que ingressem no sistema penitenciário. Segundo ele, a média de espera nas delegacias é de um a dois dias. No entanto, há casos em que presos chegam a ficar semanas, dependendo da facção da qual faz parte.
Pela manhã, as DPPAs de São Leopoldo e Novo Hamburgo contavam com 34 presos. As celas das duas unidades possuem capacidade para 12 pessoas.
— Todos esses presos que vieram para os contêineres estavam alocados nas DPPAs e isso alivia um pouco, divide o fluxo. Esperamos que vagas sejam indicadas com agilidade, como a Susepe tem se esforçado, para que a situação melhore — disse o delegado regional, Eduardo Hartz.
Os contêineres possuem ar-condicionado e banheiro. A alimentação e o fornecimento de papel higiênico, entre outras coisas, serão de responsabilidade da Superintendência dos Serviço Penitenciários (Susepe).
Ao chegar no local, um dos detentos ironizou: “pensei até que iria ter cama”.