Após o número de presos sem vagas no sistema prisional chegar a 118 em Porto Alegre e Região Metropolitana na tarde de domingo (7), uma operação da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) em parceria com a Brigada Militar à noite amenizou o déficit. Foram 49 presos transferidos de três delegacias da Capital.
A ação, que contou com 48 agentes da Susepe, incluindo o Grupo de Ações Especiais (Gaes), primeiramente transferiu 50 presos da Penitenciária Estadual de Porto Alegre para o Presídio Central ao longo da tarde. Embora as duas penitenciárias sejam vizinhas, o trabalho, conforme a Susepe, é demorado. Entre os fatores levados em consideração estão as facções com que cada preso é vinculado.
Por volta das 20h de domingo, um comboio de três viaturas e dois camburões da Susepe buscaram os primeiros dos 49 presos que seriam transferidos para essas 50 vagas.
Foi dada prioridade para as três delegacias em situação mais crítica de superlotação: a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), no Palácio da Polícia, a 3ª DPPA, no bairro Navegantes, e a 1º Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, no bairro Partenon.
Até serem encaminhados às penitenciárias, os presos permaneceram algemados em delegacias ou viaturas custodiados pela BM, comendo em viandas. Um dos presos, que estava algemado a uma viatura em frente ao Palácio da Polícia, chegou a comemorar ao ser encaminhado ao camburão:
— Primeiro eu, estou aqui há cinco dias — disse.
De acordo com o superintendente da Susepe, Mario Santa Maria Júnior, que acompanhou a operação, embora a superlotação siga crítica, há medidas em andamento para amenizar o problema:
— Uma delas foi a criação da Secretaria da Administração Penitenciária, que deve servir para otimizar o acesso a recursos federais para o sistema prisional. Mas a gente sabe que a única solução final para esse problema é abrir mais vagas. Isso, teremos ao longo do ano — declara o superintendente.
A Susepe projeta a criação de 2 mil vagas com novas penitenciárias em Sapucaia do Sul, Bento Gonçalves e Alegrete. Hoje, segundo a superintendência, o Estado conta 112 casas prisionais e um déficit aproximado de 13 mil vagas.