— Não estamos escondendo nada e precisamos evitar que aconteça de novo.
Assim a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Farias Anflor, falou na manhã desta quarta-feira (24) sobre a conclusão do inquérito que apurou as circunstâncias da morte do inspetor Leandro de Oliveira Lopes durante operação no ano passado, no Vale do Caí.
A conclusão da investigação apontou que houve falhas no planejamento e na execução da operação e sugeriu que o caso seja estudado na Academia da Polícia Civil (Acadepol), além de apurado pela Corregedoria da corporação.
— O risco faz parte do nosso trabalho. Mas como gestora penso que temos que minimizar ao máximo. É importante esse estudo. A Academia e a corregedoria têm que estar o mais próximo desses processos e nos orientar sobre o que precisa ser melhorado e corrigido — disse Nadine.
A delegada defendeu a tese de nexo causal usada pelo delegado que apurou o caso, Marcelo Farias Pereira, para indiciar pela morte de Lopes dois criminosos que eram procurados naquela operação.
— É uma tese bem tranquila. Se tivéssemos identificado quem atirou, um policial, ele seria indiciado. Não há o que esconder. Estamos evoluindo e nos qualificando.
O subchefe da Polícia Civil, delegado Fábio Motta Lopes, disse que a tese do nexo causal é "sustentável juridicamente" e muito usada no Exterior.
— Houve uma ação criminosa que provocou a reação dos policiais, que agiram em legítima defesa. Mesmo se fosse identificado um policial como autor do tiro fatal, a morte não seria atribuída a ele, pois entra a tese do erro de execução na legítima defesa. Mas a morte não fica impune, pois os criminosos que provocaram a ação, responderão. Eles assumiram o risco do resultado morte — explicou o delegado, que dá aula na Acadepol e na Unisinos de Direito Penal.
Lopes ressaltou que o Brasil não tem o hábito de analisar casos como esse, mas que é de extrema importância estudar e aprender com eventuais erros. O corregedor-geral da Polícia Civil, delegado Marcos Meirelles, disse na manhã desta quarta-feira (24) que está analisando as conclusões do inquérito para verificar se há necessidade de apurar eventuais falhas funcionais de policiais que atuaram na operação.