O ataque a tiros na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, terminou com 10 mortos, contando os dois autores do massacre.
Cincos estudantes, duas funcionárias e um empresário estão entre as vítimas da dupla. Os atiradores foram identificadoscomo Luiz Henrique de Castro, 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos.
Saiba quem são as vítimas
Alunos
Caio Oliveira, 15 anos
Muitos de sua família haviam estudado na mesma escola em que ocorreu o massacre. Segundo uma professora, “era muito inteligente”. Em homenagem em rede social, uma amiga lembrou de sua lealdade e companheirismo. “Mano, eu te mandei áudio hoje 10:53 falando: ‘Caio, quando você voltar vou te dar uma surra por me deixar preocupada’. E você não voltou, Caio, você não voltou”, escreveu.
Cleiton Antônio Ribeiro, 17 anos
Era conhecido por ser o mais focado nos livros entre os 30 alunos da turma do 3º ano do Ensino Médio. Segundo os amigos, sonhava em passar de primeira no vestibular. Era tão quieto que nem falava sobre o que pretendia cursar.
Douglas Murilo Celestino, 16 anos
O adolescente foi atingido com um tiro na cabeça e morreu enquanto era levado ao hospital. Segundo um tio, o professor Robson Belchior, era um “moleque alegre, gente boa, que participava muito da escola”. Gostava de andar de skate e jogar futebol e era ótimo desenhista.
Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos
Foi descrito como “evangélico e tranquilo” por familiares. Segundo sua prima, a auxiliar de advocacia Francine D’ Angelo, “dos primos ele era o mais tranquilo. Adorava jogar futebol.” Boa parte do conteúdo publicado por Kaio nas redes sociais era relacionada a esportes. Torcedor do Real Madrid, também lutava judô. Uma das fotos em que Kaio aparece em luta, com um quimono azul, é comentada em tom de brincadeira por Caio Oliveira, que também morreu no massacre: “Ala nem lavava o pé”, escreveu o amigo.
Samuel Melquíades Silva de Oliveira, 15 anos
Costumava frequentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia com o pai, a quem ajudava nas pregações. Tinha como principal lazer o desenho. O garoto publicava nas redes sociais fotos em que estava em sua mesa de desenho e também das suas produções, algumas dedicadas especialmente a personagens dos jogos de videogame, como Link, da série Zelda, o porco-espinho Sonic e também o dinossaurinho Yoshi, da série de jogos protagonizada pelo encanador Mario.
Funcionárias
Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos
A professora e coordenadora pedagógica da escola tinha uma premissa: livros são a melhor arma para salvar o cidadão. A frase estava em uma postagem em uma rede social realizada em 19 de janeiro, na qual criticava a facilitação do acesso a armas.
Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos
Era uma espécie de faz-tudo da escola: ajudava a controlar a entrada e saída de alunos, passava recados e entregava livros e materiais aos estudantes. “Era uma simpatia e muito educada”, lembra uma colega.
Comerciante
Jorge Antônio Moraes, 51 anos
Era tio de Guilherme, um dos atiradores. Tinha a loja de locação e de lavagem há 27 anos. Ele deixa três filhos. O gerente de negócios Rodrigo Cardi trabalhou com Moraes nos últimos 15 anos e disse nunca ter visto Guilherme no local. O tio teria tentado aconselhar o sobrinho após problemas na escola, que levaram o adolescente a abandonar os estudos.