O prefeito de Suzano (SP), Rodrigo Ashiuchi, disse nesta quinta-feira (14) que vai reforçar a segurança não só na Escola Estadual Professor Raul Brasil, onde na quarta houve a tragédia com o dois atiradores que deixou 10 mortos — incluindo os criminosos — e 11 feridos, como também nos demais colégios do município. Será instalado um departamento destinado à ronda escolar, ao programa antidrogas e à visita do canil da Polícia Militar às instituições.
Ashiuchi estuda ainda adoção de um modelo diferenciado de segurança para a escola Raul Brasil. Segundo ele, uma das propostas é utilizar policiais da reserva para ajudar na parte administrativa da escola.
— Isso ainda é um projeto, mas precisa ser implantado rápido. É um kit para a escola. Seria uma parceria entre prefeitura, governo estadual e federal, ou uma parceria público privada, para dar subsídio para que o policial volte da reserva e atue nas escolas, com sentimento não só de segurança, mas de acolhimento e de respeito — disse.
O prefeito apresentou nesta quinta-feira a proposta de segurança para o ministro da Educação, Ricardo Veléz Rodríquez, que esteve na escola pela manhã.
— No (colégio) Raul Brasil, seria uma ação mais ostensiva. Se depender de mim, isso já sai do papel no mês que vem — afirmou.
As aulas no colégio que foi palco do massacre estão suspensas até o fim da próxima semana. Porém, a escola estará aberta para que alunos e famílias possam conversar com os professores.
Medidas para evitar novos massacres
Visivelmente consternado, Ashiuchi ressaltou que esta quinta-feira é um dia para abraçar as famílias, mas, a partir desta sexta (15), as conversas sobre segurança serão iniciadas e há ainda a ideia de equipar todas as escolas um kit simples de monitoramento por câmera.
— É um pacote de ações que vamos tentar em parceria com o governo estadual e federal — ressaltou.
O prefeito avaliou que a parte estrutural é apenas um pouco do que deve ser feito para evitar que fatos como o de ontem se repitam.
— É importante frisar que o problema vai muito além disso. É bullying, é olhar essa juventude, não é apenas colocar guarda. Segurança é dar opção para a juventude, ter projetos acolhedores para as crianças e jovens, cuidar das crianças na base, na educação infantil, é o alicerce.
Para Ashiuchi, a tragédia na escola Raul Brasil foge do padrão de qualquer situação de violência mais frequente.
— Não tinha como ter sido evitado. Foi um pesadelo. Uma catástrofe. Sabemos que foi um episódio fora da curva, coisa que ninguém imagina, mas aconteceu. E não só aqui, mas em outras cidades do país e do mundo — disse.