Uma dupla de atiradores encapuzados matou oito pessoas e cometeu suicídio dentro da escola Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13). A polícia divulgou a identificação dos algozes: Luiz Henrique de Castro, 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos. A primeira informação divulgada pela Secretaria de Segurança de São Paulo afirmou que os dois haviam cometido suicídio, mas o comandante-geral da PM, Marcelo Vieira Salles, afirmou no final da tarde desta quarta que eles combinaram de se matar.
— Quando eles (atiradores) viram a Força Tática, entraram para dentro de um corredor e um atirou na cabeça do outro. Depois, esse se suicidou — afirmou. Os atiradores são ex-alunos da instituição.
Em entrevista coletiva no início da tarde desta quarta-feira, o secretário de segurança do Estado de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, confirmou os nomes dos mortos. Os atiradores chegaram primeiro em uma locadora de carros e balearam Jorge Antônio Moraes, tio de Guilherme, que morreu a caminho do hospital. Eles roubaram um veículo branco, um Chevrolet Onix.
De acordo com o secretário, Luiz Henrique e Guilherme entraram na escola pela porta da frente. No pátio, dispararam contra alunos do Ensino Médio. Na sequência, foram ao centro de línguas. No local, mataram cinco estudantes — Kaio Lucas da Costa Limeira, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melchiades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino, todos com idades entre 15 e 16 anos. Também mataram a coordenadora pedagógica, Marilena Ferreira Vieira Umezo, e a funcionária da escola Eliana Regina de Oliveira.
Outras nove pessoas ficaram feridas. Seus nomes não foram divulgados. Durante a entrevista coletiva, o secretário de segurança falou no nome de Pablo Henrique Rodrigues, mas ele não está entre as vítimas.
Depois do massacre, Luiz Henrique e Guilherme cometeram suicídio ao constatar a presença da Força Tática da Polícia Militar de São Paulo. De acordo com o secretário de segurança, houve demora para a entrada da polícia porque a dupla forjou um explosivo, que provocou o isolamento de uma área pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE).
Segundo um vizinho, Juliano Santana, o atentado aconteceu pouco após o início das aulas no período matutino.
— Moro ao lado, vi um tumulto e fui para lá. Cheguei e estava um tumulto, várias crianças saindo correndo ensanguentadas. Um desespero, professor, funcionário, todos correndo — afirmou.
Foram acionadas seis unidades de resgate do Corpo de Bombeiros, três do Samu, dois de suporte avançado e dois helicópteros águia.
O governador de São Paulo, João Doria, se manifestou no final da manhã em frente à escola.
— Estou muito impactado com o que vi — afirmou o governador. — É a cena mais triste que vi na minha vida — acrescentou, manifestando solidariedade às famílias das vítimas.
Por volta das 11h20min, peritos já estavam dentro da escola. Imagens de emissoras de TV mostravam projéteis no chão do pátio do colégio.
Em nota, a prefeitura de Suzano informou que o Pronto Socorro Municipal já recebeu crianças com ferimentos leves e os feridos com maior gravidade estão sendo encaminhados ao Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, e ao Hospital Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba.
A professora Sandra Perez falou sobre o ataque:
— Foi às 9h30min. Ouvimos disparos. Estava na sala de aula, na hora do intervalo. Pensei que fossem bombas. Quando eu percebi que eram tiros fiquei lá. Só saí quando os policiais chegaram, 20 minutos depois — contou.