Uma idosa de 76 anos, servidora pública federal aposentada e moradora do Vale do Sinos, foi a quinta vítima na região, apenas neste ano, de uma quadrilha que aplicava o golpe do bilhete premiado. O grupo foi desarticulado na quinta-feira (7), com a prisão de quatro suspeitos.
No dia em que todos falavam do ganhador da Mega Sena ser de Gravataí, a idosafoi abordada por um homem que dizia ter um bilhete premiado, no valor de R$ 3,8 milhões. Ele alegava que, por motivo de doença rara na família, o estava repassando e aceitando qualquer valor para resolver o problema.
— Eu achei que ele era um moço do bem, que estava desesperado — disse a idosa para o delegado Rodrigo Zucco, titular da 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, que estava monitorando a quadrilha desde o início do ano.
À polícia, a vítima afirmou ainda que conhecia o golpe, mas que não imaginava se tratar de um criminoso. Segundo o delegado, uma situação comum nesses casos.
— São criminosos que tem boa lábia, convencem as pessoas e quase sempre atacam idosos. Mas não podemos esquecer que todas as vítimas também têm a ganância de obter um lucro fácil e, como se enfeitiçados por isso, acabam caindo n os golpes – afirma Zucco.
Golpe
A idosa, que está tendo o nome preservado a pedido da polícia, foi abordada na saída de um banco em Novo Hamburgo. Inicialmente, ela deu R$ 10 mil para o golpista – parte que já tinha e parte que sacou da agência. Quando iria repassar mais R$ 50 mil para uma conta dos criminosos, que fica em um banco no Nordeste do país, os agentes conseguiram intervir e evitar que ela fosse lesada pela segunda vez.
Com a prisão de dois dos investigados, em São Leopoldo, a polícia conseguiu recuperar os R$ 10 mil roubados da vítima. Outros dois suspeitos – um casal – conseguiram fugir, mas foram presos no final de quinta-feira em Passo Fundo.
Segundo a investigação, parte da quadrilha é de Lages, em Santa Catarina, e outra parte do norte gaúcho. Outros suspeitos estão sendo investigados e, por enquanto, não estão sendo divulgados os nomes dos envolvidos.
O delegado Zucco diz que o grupo age em uma região por determinado período e depois volta para as cidades onde os integrantes residem. Quando o dinheiro termina, eles escolhem novas localidades para agir.
No Vale do Sinos, eles teriam lesado as vítimas em pelo menos R$ 50 mil. Segundo o delegado, tanto o valor do falso bilhete premiado quanto o valor roubado das pessoas variam conforme as vítimas acreditam na história contada pelos golpistas.