Uma produtora de eventos de Frederico Westphalen, no Norte do Estado, está sendo investigada após fechar as portas sem realizar os eventos de formatura de alunos de diversas universidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Desde a última sexta-feira (22), os proprietários da Spolti Eventos não são mais localizados pelos estudantes, que estão assustados com a possibilidade de perder a cerimônia e o dinheiro pago.
O número de alunos prejudicados ainda é desconhecido, pois ocorrências policiais foram realizadas em delegacias diferentes. Mas GaúchaZH apurou que pelo menos 24 alunos já perderam a formatura. Há prejudicados em cinco instituições de Ensino Superior, além de cursos técnicos: Universidade Federal da Fronteira Sul, Unicruz, Universidade Federal de Santa Maria (Campus de Palmeira das Missões) e do Centro Universitário FAI, de Itapiranga, em Santa Catarina.
GaúchaZH entrou em contato com a empresa pelo telefone cadastrado, mas ninguém atendeu. As redes sociais da empresa foram excluídas. A reportagem também fez ligações para o escritório do advogado, mas ninguém atendeu.
Somente a Polícia Civil de Frederico Westphalen, seis boletins de ocorrência foram registrados. O delegado Eduardo Nardi ainda foi informado de ocorrências em outras cidades e também em Santa Catarina. Segundo o policial, o dono da produtora foi ouvido e alegou problemas financeiros.
— Vamos verificar se houve essa inadimplência do contrato simples, ou se realmente assumiram esse compromisso, receberam esses valores adiantados, desde o início com o intuito de não cumprir as obrigações, o que configuraria o estelionato — disse Nardi.
Produtora sumiu três dias antes da cerimônia
Os alunos catarinenses foram os primeiros a serem surpreendidos com o desaparecimento da produtora. Com a formatura marcada para o sábado (23), descobriram três dias antes que a Spolti não iria cumprir o contrato.
Às pressas e com ajuda de custo da própria faculdade, contrataram outra empresa para realizar o evento. Cada um dos 24 alunos pagou R$ 5 mil para cerimônia, jantar e baile, totalizando prejuízo de R$ 120 mil. A Spolti ainda tem contrato para outras duas formaturas, nos dias 2 e 16 de março.
Já na Universidade de Cruz Alta (Unicruz), 23 alunos dos cursos de Jornalismo e Administração estão com o evento marcado para o dia 9 de março. Após descobrirem que a empresa não entregou a formatura em Santa Catarina, também tentaram contato, mas sem sucesso.
— Uma funcionária da empresa chegou na sexta-feira (para trabalhar) e também encontrou a produtora fechada — disse o estudante de jornalismo Daniel Paulus.
Para o evento, cada aluno pagou pelo pacote que custava entre R$ 3 e R$ 4 mil. Às pressas, os alunos estão buscando meios para conseguir contratar uma nova empresa e realizar o evento de maneira econômica.
— A comissão está tentando meios de fazer uma formatura improvisada, sem gastar muito. Tentamos outra empresa de formatura e estamos negociando para ver se conseguimos alguma coisa. Conseguimos um espaço, que não vamos precisar pagar — relatou Paulus.
Além disso, uma vaquinha está sendo realizada pelos alunos de Jornalismo e Administração. A mesma alternativa está sendo tomada por alunos de outros cursos e faculdades.