O motorista de um Hyundai Veloster foi detido após fugir de abordagem da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da Brigada Militar (BM) no final da madrugada desta sexta-feira (11), em Porto Alegre. Conforme a Polícia Civil, o condutor é o 3º sargento do Exército, André de Freitas Alvarez Jourdan, 28 anos, natural do Rio de Janeiro.
A BM diz que ele só foi imobilizado após ser atingido por disparo de uma arma de choque não letal.
A ocorrência começou por volta das 4h30min, na Rua Auxiliadora, próximo à Rua 24 de Outubro, quando o veículo entrou na contramão e parou ao perceber a presença dos agentes de trânsito. O motorista e o carona desceram do carro, que estava com o licenciamento vencido.
A BM foi acionada e o guincho, chamado. Quando a polícia se afastou, o motorista teria retornado ao carro e ameaçado os agentes da EPTC, colocando a mão na cintura como se fosse sacar a arma que carregava. Em seguida, ele e o passageiro entraram no Veloster e fugiram pela contramão. A polícia foi novamente acionada e iniciou o acompanhamento da ocorrência.
O carro percorreu as vias Auxiliadora, Marquês do Pombal – pela contramão –, Mariland, 24 de Outubro, Goethe, Princesa Isabel, Azenha, Bento Gonçalves, Vicente da Fontoura e Plácido de Castro, onde os ocupantes foram detidos, pouco antes das 6h.
Abordagem
Na Rua Plácido de Castro, os policiais atravessaram uma viatura na via para impedir o acesso do sargento. Um PM desceu da viatura para a abordagem, mas, segundo a BM, o motorista avançou sobre o policial e, por isso, foram disparados cinco tiros.
Todos acertaram o Veloster, sem atingir os ocupantes. O carro parou, e o militar teria tentado fugir a pé. Ele só parou após ser imobilizado pelo disparo de uma pistola de choque não letal.
O sargento foi detido e teve a arma apreendida – segundo a BM, ela era particular e estava com o registro de porte vencido. Conforme o delegado João Cesar Nazário, plantonista da Delegacia de Homicídios de Trânsito, não houve disparos por parte do militar.
Os dois homens foram levados ao Departamento Médico Legal (DML) para exames, que não atestaram embriaguez do condutor. O passageiro foi liberado e o sargento foi autuado por direção perigosa, desacato e desobediência. A Polícia do Exército também foi acionada e escoltou o militar até quartel.
O delegado Carlo Butarelli será o responsável pela investigação e diz que vai instaurar um inquérito policial. Ele busca imagens de câmeras de segurança e já encaminhou o carro para perícia. Depois disso, vai ouvir vítimas e testemunhas. Em princípio, o militar negou desacato e desobediência. Butarelli diz que está averiguando os motivos que levaram o militar a fugir da blitz.
Em nota, o Comando Militar do Sul afirma que "repudia quaisquer desvios de conduta que venham a ser apresentados por seus integrantes, envidando todos os esforços para que as informações e evidências sejam rigorosamente apuradas e medidas cabíveis sejam tomadas de acordo com a gravidade configurada e legislação cabível".
O Comando diz que o militar está em trânsito por um período de 30 dias, ou seja, foi transferido da unidade de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para Porto Alegre e deveria se apresentar dia 17 de janeiro na Capital.