Depois de invadirem e roubarem agências do Banrisul e do Banco do Brasil em Ibiraiaras, no norte do RS, os oito bandidos iniciaram o plano de fuga que, logo adiante, encontraria o primeiro ponto de reação das forças públicas. Os assaltantes jogaram cinco reféns divididos nos porta-malas dos dois carros que utilizavam e deram partida na rua Antônio Stella, onde ficam as agências bancárias. Em ato de intimidação e zombaria, ainda deram seis tiros para o alto e mantiveram as tampas dos porta-malas abertas, com os reféns dentro.
Após trafegarem apenas três quadras pela rua Frei Aleixo, cerca de 500 metros, em baixa velocidade, avistaram uma viatura da Brigada Militar atravessada na rua larga e de pedra, uma bucólica via interiorana. Dois policiais estavam na caminhonete, a qual deixaram estacionada. Os brigadianos, em tática de espera, haviam descido e se posicionado em melhor local de pontaria e de proteção.
Pessoas que trabalhavam no local presenciaram o que aconteceu.
— Logo que enxergaram a polícia, eles (bandidos) começaram a gritar "tem refém, tem refém" — conta o mecânico Geyson Longaretti, que trabalhava no conserto de tratores.
De outra mecânica, mais acima na mesma rua, outro trabalhador captou um vídeo do exato momento em que os criminosos cruzaram a primeira barreira policial. Houve troca de tiros. Incontáveis disparos.
Os assaltantes conseguiram ultrapassar este primeiro cerco e seguiram para a localidade São Pio X, de mata fechada, onde tentariam se refugiar. Testemunhas contam que, neste local, os reféns foram abandonados. O gerente do Banco do Brasil saiu do porta-malas com o subgerente Rodrigo Mocelin da Silva nos braços e ferido. Silva acabou morrendo, atingido em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Surpreendidos pela Brigada Militar, que estava preparada para algum tipo de ataque na região, com o emprego de aeronave e de até 75 homens, seis bandidos acabaram mortos. Dois fugiram pelo mato e seguem sob perseguição. Um deles, que dava retaguarda em um terceiro veículo, foi preso.