O subgerente do Banco do Brasil de Ibiraiaras, Rodrigo Mocelin da Silva, 37 anos, morto no ataque a agência na tarde de segunda-feira (3), estava no porta-malas do carro usado por parte dos bandidos durante a fuga. A informação foi confirmada pelo comandante do 10º Batalhão da Brigada Militar (BPM) de Vacaria, tenente-coronel Fabiano Paim, responsável pelo policiamento na região.
Segundo o oficial, houve dois tiroteios entre uma guarnição de policiais de Ibiraiaras e os bandidos do carro onde estavam os reféns, um Voyage vermelho. O primeiro deles se deu dentro do município.
O comandante informou que dois policiais estacionaram em uma rua, desceram da viatura e estavam em um barranco para monitorar a possível rota de fuga dos assaltantes. Enquanto estavam no local, os criminosos passaram e teriam atirado contra os agentes – que portavam uma pistola e uma escopeta calibre 12 e revidaram.
— Eles (os policiais) foram surpreendidos pela quadrilha na saída da cidade. Os bandidos atiraram nos policiais, ficaram disparos no barranco e em uma casa — declarou Paim.
O segundo confronto ocorreu em um local próximo da mata, na região da localidade de São Pio X, na área rural do município. Os mesmos policiais que antes haviam trocado tiros com os bandidos pegaram a viatura e passaram a perseguir a quadrilha. Quando chegaram próximo a uma curva, em uma estrada de chão batido, depararam com os assaltantes.
— Essa mesma viatura do confronto na cidade, juntamente com uma de Lagoa Vermelha, que vinha na mesma direção, acabou em uma curva encontrando dois veículos e um outro carro que estava auxiliando eles na fuga. Eles (bandidos) efetuaram disparos no nosso efetivo — explicou.
Quando os bandidos correram para a mata, os policiais se aproximaram dos carros e localizaram os três reféns. Um deles, o subgerente do banco, estava ferido com um tiro que atingiu a região de uma de suas axilas.
Segundo o comandante, os policiais abandonaram a quadrilha e levaram os reféns para a cidade, por volta das 17h. Naquele momento, também chegou o helicóptero enviado pela Operação Diamante, que já reforçava o policiamento na região.
Levado ao hospital, o subgerente não sobreviveu. Os outros reféns não estavam feridos.
Inquérito vai apurar de que arma tiro partiu
Ainda de acordo com Paim, um Inquérito Policial Militar (IPM) será instaurado para apurar se o tiro que atingiu o subgerente partiu da arma de algum dos policiais. O comandante declarou que os bandidos ficaram em sua própria linha de tiro em alguns momentos.
— Eles mesmos ficaram na linha de fogo deles. Há uma possibilidade de que ele (Mocelin) tenha sido atingido pelos delinquentes. A gente nota que tem disparos de dentro do carro para fora, que tentaram atirar por cima. Precisamos da perícia para apurar — afirmou.
O carro em que estava Mocelin e os outros reféns era o primeiro dos três em que os bandidos estavam. A vítima deixa esposa e dois filhos.
Durante o cerco, seis assaltantes foram mortos. Três deles já foram identificados.