O desaparecimento de Priscila dos Santos de Oliveira, 27 anos, vista pela última vez na tarde do dia 1º de dezembro, em Alvorada, na Região Metropolitana, tem intrigado familiares da jovem. Ela teria saído de casa no bairro Nova Americana por volta das 17h daquele sábado. À vizinha, teria dito que passaria o final de semana na casa do ex-companheiro, com quem tem uma filha de dois anos. Depois disso, não retornou mais.
A mulher usava bermuda e camiseta preta quando foi vista entrando em um carro de motorista de aplicativo que a levaria até a casa do ex, no bairro Umbu. Quatro dias depois, sem notícias de Priscila, a irmã dela, Sabrina dos Santos de Oliveira, 20 anos, foi até a residência do homem, em busca de informações.
O homem disse para a ex-cunhada que Priscila havia ido embora. A filha deles, no entanto, ficou com ele, que a entregou para Sabrina.
—Fui buscar elas. Só encontrei minha sobrinha, que ainda mama. Minha irmã havia sumido. Procuramos perto da casa, onde tem muito mato, mas não encontramos nem rastros. A única coisa que achamos foram as roupinhas da criança jogadas atrás da casa. Acho que minha irmã tinha levado para ela usar no final de semana — contou.
De acordo com a delegada Carina Salvagni Heineck, da Delegacia da Mulher de Alvorada, Priscila tinha medidas protetivas, decorrentes de um inquérito de lesão corporal aberto contra o ex-companheiro em maio deste ano. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de feminicídio. O ex seria o principal suspeito — o nome dele não foi divulgado pela polícia.
—Estamos trabalhando intensamente nas buscas. Desde o início, feminicídio é uma das principais linhas de investigação. Diversas medidas emergenciais estão sendo tomadas. No entanto, estamos ouvindo várias pessoas e não descartamos outras hipóteses — afirmou.
Ainda de acordo com a delegada, a versão do ex-companheiro é de que Priscila teria chamado uma corrida via aplicativo e ido embora. Ela não atende o celular desde o último dia em que foi vista.
Uma vizinha do homem relatou ter ouvido gritos de socorro durante a madrugada do dia 1º. Outro afirmou ter recebido uma ligação do homem, pedindo para que buscasse Priscila, pois a jovem estaria alcoolizada e lhe perturbando.
Segundo Sabrina, o homem teria um histórico de agressões. Ele teria tentado enforcar sua irmã na frente da filha em duas ocasiões.
—Prometeu matar ela várias vezes, agrediu física e verbalmente. Levaram ele para a delegacia, mas soltaram, por falta de provas. Não existe motivo para minha irmã ter deixado a filha com aquele monstro e desaparecido — lamentou.