Relatório sigiloso da Polícia Civil aponta um plano de criminosos para matar o deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL). Estariam envolvidos na trama um policial militar e dois comerciantes, conforme o jornal O Globo. O trio seria ligado a um grupo de milicianos da zona oeste do Rio, investigado pela polícia pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, cometidos em março deste ano.
A investida dos criminosos contra Freixo ocorreria no próximo sábado (15), data na qual o parlamentar estaria em Campo Grande. A agenda do deputado foi divulgada publicamente nas redes sociais. Assim que foi informado sobre o plano dos milicianos, Freixo cancelou os compromissos. O político evitou fazer relação, nesse primeiro momento, desse caso com a morte de Marielle, sua afilhada política. Ele destacou que tem guardado diversas ameaças sofridas.
O documento da polícia, ao qual O Globo teve acesso, cita que os três suspeitos já eram investigados por relação com milicianos há pelo menos cinco anos. Um dos homens já trabalhou como assessor de um político suspeito de chefiar milícia na zona oeste.
O informativo da polícia foi elaborado na quarta-feira (12) e encaminhado a setores de inteligência da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro e a promotores do Ministério Público do Rio (MP-RJ).
Freixo foi reeleito nas eleições deste ano com 342.491 votos, a segunda melhor votação no Rio de Janeiro. Ele conta com proteção policial desde que presidiu a CPI das Milícias, em 2008.
Investigações da morte de Marielle
Nesta quinta-feira (13), policiais da Divisão de Homicídios do Rio foram às ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados às mortes de Marielle e Anderson.
As buscas acontecem em vários pontos da capital fluminense e nas cidades de Nova Iguaçu, Angra dos Reis, Petrópolis e Juiz de Fora, esta última em Minas Gerais. Os alvos dos mandados seriam milicianos, segundo a polícia.