O subcomandante da Brigada Militar, coronel Eduardo Biacchi, afirmou que a Operação Diamante – ação sigilosa que envia a tropa de elite da corporação para se antecipar a ataques a banco – foi organizada para surpreender os criminosos. Nos últimos dois dias, em duas situações em que a tropa já estava atuando em municípios do Interior, confrontos resultaram na morte de seis assaltantes de banco em Ibiraiaras, no Norte, e de quatro suspeitos em Arroio dos Ratos, na Região Carbonífera.
O número 2 da corporação no Rio Grande do Sul é o cérebro do projeto, que entrou em atuação no último mês. Sob o comando de Biacchi, a operação reúne informações de inteligência da própria BM, da Polícia Civil e da Susepe para antecipar ações de bandidos.
— O fator surpresa agora tem que estar do lado da polícia e não do lado dos criminosos. Na maioria das vezes, eles que nos surpreendem com ações aqui ou acolá. Queremos inverter com essa guerra de movimentos. Eles têm que se deparar conosco — declarou.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o subcomandante informou também que a operação nasceu recentemente, após o comando da BM perceber que criminosos estavam aproveitando lacunas da falta de efetivo da corporação para realizarem os assaltos. O oficial lembrou ainda a Operação Avante Paz no Interior, que espalhou o efetivo de grandes cidades em municípios menores, deu resultados inicialmente, mas depois foi descoberta pelas quadrilhas.
Para a Operação Diamante, estão disponíveis os três helicópteros da corporação – que, devido à velocidade e à altura são capazes de monitorar de 80 a 100 cidades cada. Além disso, o efetivo do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), unidades de elite da BM, são utilizados.
A informação sobre o deslocamento da tropa é mantida em sigilo até de outros policiais que não estejam envolvidos com o projeto ou que não exerçam funções de chefia.
— O Comando dispõe do que ele tem de mais moderno, que são as tropas especializadas, através dos três batalhões de operações especiais, o Batalhão de Aviação, e a novidade, que é o Gate. Antes, ele era uma tropa que esperava a crise chegar para ir atuar — disse.
Biacchi admite que nem sempre será possível evitar ações de bandidos em bancos. No entanto, segundo ele, a combinação de recursos tem dado certo e "muitos roubos foram evitados com a nova estratégia".