A pequena cidade de Ibiraiaras, no norte do Rio Grande do Sul, amanheceu diferente nesta terça-feira (4). A tranquilidade com a qual moradores do interior estão acostumados foi trocada pela preocupação, em razão dos ataques a bancos que ocorreram nessa segunda-feira (3) e que deixaram sete mortos — um deles era refém dos criminosos.
— Estou em choque. Eu fechei a porta e fui para o banheiro com uma cliente. Hoje abri, mas estou com medo – conta a proprietária de uma loja que pede para não se identificar.
A funcionária de outra loja de confecções próxima aos bancos atacados também se escondeu nos fundos do estabelecimento. Tairini Biotto diz que o trauma do cordão humano feito pelos bandidos permanece.
— Passar no outro dia, ver o que aconteceu e lembrar é muito difícil — lamenta a vendedora.
Se de um lado há moradores preocupados com o segundo ataque a bancos em Ibiraiaras em sete meses, outros consideram que a resposta da Brigada Militar, que terminou com seis assaltantes mortos em confrontos depois do assalto dessa segunda-feira, poderá inibir futura investida criminosa.
— Fizeram um serviço bem feito. Porque no fim sobra é para a sociedade. O meu neto de 16 anos não quer vir nem trabalhar por causa do medo — conta um aposentado que mora no município.
A terça-feira (4) foi atípica também para os policiais militares. No restaurante de um hotel da cidade, frequentadores pediam para tirar foto com os PMs.
— Eu queria guardar uma lembrança. Eles são uns heróis — diz a funcionária do hotel Rosane Mezzalira.
Os PMs também perceberam uma reação diferente.
— O reconhecimento foi grande. A gente percebe na rua — diz um policial que pediu para não ser identificado.