O jovem Gustavo Machado de Moura, 25 anos, preso na terça-feira (25) por atropelar um policial militar durante uma blitz em Taquara, confessou à Polícia Civil que fumava maconha ao volante no momento do crime. Em seu depoimento, ao qual GaúchaZH teve acesso, ele conta que usava a droga "desde cedo" na sexta-feira (21) e que "tudo aconteceu muito rápido".
O motorista também admitiu que a velocidade do carro era de aproximadamente 80 km/h, sendo que o limite da via é de 40 km/h. Ele disse ainda que não viu a sinalização da barreira policial realizada na Rua Tristão Monteiro – uma das principais do município.
No depoimento, o homem relatou que, após o atropelamento, não parou o veículo por ter ouvido o dois tiros que, segundo ele, foram disparados em direção ao seu carro. Ele reitera ainda que, após o acidente, ele pediu para um conhecido, cujo nome ele não lembra, ir ao local para ver se o sargento estava bem. Ele garantiu que não possuía nenhuma inimizade com a vítima, o sargento João Batista dos Santos Rogério, 51 anos.
Por fim, Moura ainda contou que ele e o casal de amigos que estava no carro jogaram fora um pedaço de maconha durante a fuga. Após o atropelamento, ele conta ainda que deixou o veículo na casa da mãe do proprietário - seu amigo, que também estava no veículo.
O dono do carro, Marlon Richard dos Santos Schneider, 28, e sua namorada, e Tainá Fabíola da Silva, 19, chegaram a ser presos no sábado (22), mas o Tribunal de Justiça concedeu liberdade para eles.
Inquérito policial
A alegação do jovem de que não havia sinalização suficiente no local da barreira deve embasar um pedido de soltura nos próximos dias. A informação é do advogado Alan Martins, que acompanhou o depoimento e deve seguir no caso.
Já o delegado Ivair Matos Santos, responsável pela investigação, quer indiciar as três pessoas que estavam no veículo pelo crime de tentativa de homicídio qualificado por ser contra um agente em serviço. Para o policial, não só o motorista teve culpa:
— Os três estavam errados. Decidiram fugir e não se importaram com quem estava na frente.
A polícia tem até 3 de janeiro para indiciar os suspeitos. Nos próximos dias, o delegado vai pedir a quebra do sigilo telefônico de Schneider e da namorada, para verificar com quem eles falaram e o que falaram após o atropelamento.
Sargento em coma
Até as 12h desta quarta-feira (26), João Batista dos Santos Rogério, 51 anos, seguia internado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas em estado grave. Ele está na UTI em coma induzido. Conforme o 32º Batalhão de Polícia Militar, a expectativa é de que os médicos reduzam os medicamentos durante a tarde para ver como ele reage.
Na segunda-feira (24), a mulher do sargento contou que, como em todos os anos, Santos iria reunir no sábado dezenas de crianças da periferia de Taquara para oferecer uma festa beneficente de Natal com direito a presentes, lanche e refrigerante.