A Justiça concedeu habeas corpus ao casal preso no sábado (22) por suspeita de envolvimento no atropelamento de um policial militar em Taquara, no Vale do Paranhana. Marlon Richard dos Santos Schneider, 28 anos, e a namorada, Tainá Fabíola da Silva, 19 anos, alegaram não estarem dirigindo o carro que atingiu o sargento João Batista dos Santos Rogério, 51, anos, ao escaparem de uma blitz na noite de sexta-feira (21).
O terceiro ocupante do Corsa, identificado como Gustavo Machado de Moura, foi apontado pelo casal como o motorista do Corsa — embora Schneider seja o proprietário do veículo — no momento do crime. O suspeito teve prisão preventiva decretada por tentativa de homicídio e é considerado foragido. Conforme a Brigada Militar, ele possui antecedentes por ameaça, desacato, direção perigosa, furto descuido e Lei Maria da Penha.
Na manhã de sábado (22), uma denúncia anônima levou a BM até o Corsa cinza supostamente envolvido no acidente, com danos no capô e no para-brisa, estacionado no pátio de uma casa na cidade de Igrejinha. No entanto, a dona da casa disse que apenas emprestava a vaga para o filho de uma vizinha — a mãe de Schneider. Esta, por sua vez, disse que não sabia do paradeiro do filho.
As buscas prosseguiram e, por volta das 16h de sábado, a Brigada localizou o casal em uma casa no bairro Tucanos, em Taquara. No momento em que a polícia chegou, três pessoas conseguiram correr pelos fundos, mas, em meio a um matagal, Schneider e Tainá foram detidos.
Conduzidos à delegacia, confessaram estarem no carro, mas alegaram que Moura dirigia o Corsa. Ainda assim, eles foram presos em flagrante. Schneider possui antecedentes por ameaça, apreensão de objeto, lesão corporal culposa e posse de entorpecentes, enquanto a namorada não tem registros policiais.
Na noite desta segunda-feira (24), a Justiça atendeu ao pedido de habeas corpus e concedeu liberdade ao casal. Moura segue foragido.
Sargento segue em coma induzido
João Batista dos Santos Rogério, 51 anos, que foi socorrido estado grave após o atropelamento, segue internado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas na UTI em coma induzido.
Conforme o comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel João Ailton Iaruchewski, responsável pelo município de Taquara, a previsão era de que já tivesse saído da sedação, mas não houve evolução. Ainda assim, conforme o HPS, o estado de saúde do policial é considerado estável.
Nesta segunda-feira (24), a mulher do sargento contou que, como todos os anos, Santos iria reunir no sábado dezenas de crianças da periferia de Taquara para oferecer uma festa beneficente de Natal com direito a presentes, lanche e refrigerante.