O feriadão de Natal contabiliza oito homicídios no Estado, em três dias. Entre as 12h de sexta-feira (21) e às 12h desta segunda (24), seis homens e duas mulheres foram assassinados em sete cidades. Uma das vítimas foi atingida por PMs, quando estaria ameaçando matar a companheira.
Caxias do Sul, na Serra, registrou dois casos na manhã de sábado (22). Um homem de 31 anos foi executado a tiros na frente do filho de oito anos por volta das 7h30min. Conforme o delegado plantonista Ives Trindade, o menino estaria dormindo ao lado do pai quando ocorreu o crime. Dois tiros atingiram a orelha direita e as costas da vítima, próximo à nuca. No bairro Panazzolo, dois homens teriam invadido o porão de uma casa na Rua Julio Pedro Prezzi por volta das 8h15min e dispararam contra outros três homens que estavam no local. Um das vítimas não resistiu e morreu no local.
Desde a manhã de sábado (22), em Horizontina, na região Noroeste, a Polícia Civil investiga a possibilidade de um feminicídio. Dessa vez, a vítima é Bruna Aparecida Santos Lemos, de 25 anos, encontrada esfaqueada dentro de casa, na Rua Cascata.
O corpo foi encontrado por policiais militares que foram até a moradia para avisá-la de um acidente ocorrido horas depois, que resultou na morte de Ailson Faustino, de 28 anos, companheiro dela. Ailson perdeu o controle do Gol que dirigia, saiu da pista e bateu em uma árvore, na ERS-305.
Na residência do casal, havia sinais de luta corporal, como móveis revirados e ferimentos nas mãos de Bruna, em posição de defesa. Ela apresentava perfurações no tórax, pescoço e pernas. A arma do crime, uma faca de cozinha, estava junto ao corpo.
No começo da tarde de sábado (22), a comerciante Luciana Silva Guareze, 33 anos, foi assassinada a facadas no bairro Morada do Bosque, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. O marido dela, Alberto Tomaz Marques, 42 anos, foi preso logo depois em flagrante, apontado como autor do feminicídio. A mulher morreu no pátio da casa, e assim que a BM foi acionada, Marques cortou os próprios pulsos, o abdômen e ameaçou se matar, se trancando dentro da moradia e ligando os botões do fogão, espalhando gás de cozinha pelo ambiente. Cerca de duas horas depois, ele se entregou a PMs do 1º Batalhão de Polícia de Choque (1º BPChq).
Na noite de domingo, um homem foi morto na zona sul de Porto Alegre. Por volta das 19h, a Brigada Militar (BM) encontrou o corpo caído em um campo de futebol na Rua Família Gonçalves Carneiro, no bairro Cavalhada. De acordo com a ocorrência policial, a vítima usava tornozeleira eletrônica e estava foragida desde sexta-feira (21). A identificação não foi divulgada pela BM. A suspeita é de que o homicídio tenha sido um acerto de contas relacionado ao tráfico de drogas.
Na madrugada de domingo (23), depois de quase 48 horas internado em estado grave no Hospital de Pronto Socorro da Capital, morreu o tenente da reserva da Brigada Militar (BM) Marcelo Garcez Ribeiro, 54 anos. Ele foi baleado próximo a uma parada de ônibus no bairro Lami, zona sul de Porto Alegre. Conforme o Comando de Policiamento da Capital (CPC), o tenente teria tentado intervir em uma desordem, quando foi atingido por três tiros — na cabeça e no tórax. Um dos matadores ficou ferido e preso. Outro suspeito foi identificado pela BM.
Também na madrugada de domingo (23), ocorreram mais dois homicídios. Em Santa Maria, na Região Central, Altamir Souza do Canto, 48 anos, foi morto com tiros na cabeça na Rua Secundária, Vila Por do Sol. Conforme a BM, ele teria registros policiais por tráfico de drogas, roubo e lesão corporal. Em Sobradinho, no Vale do Rio Pardo, Fabrício Pereira de Moura de Souza, 25 anos, foi executado a tiros em frente de casa, no bairro Medianeira. Segundo a BM, os disparos partiram de dentro de um Celta que passou pelo local.
Em Ajuricaba, na região Noroeste, Jair Quaresma, 42 anos, foi atingido por um tiro disparado por um PM chamado a intervir em uma briga de casal. Quaresma ameaçava matar a companheira com um facão. Conforme relato da BM da cidade, o disparo ocorreu quando PMs chegavam ao local e foram atacados pelo homem. Além da Polícia Civil, a BM também investiga o caso.