A Polícia Federal irá apurar a conduta de possíveis suspeitos de atrapalhar a investigação da morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. O crime ocorreu em março deste ano.
A abertura do inquérito partiu de um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Segundo o ministro da Segurança, Raul Jungmann, a organização criminosa que estaria obstruindo as investigações conta com a participação de "agentes públicos e milicianos".
— As denúncias são extremamente graves, precisa ser investigado — afirmou Jungmann. O ministro, no entanto, não quis dar informações sobre quem seriam essas pessoas e qual o grau de confiabilidade de seus testemunhos. O ministro disse apenas que os depoimentos foram colhidos há cerca de um mês por procuradores federais.
O ministro solicitou à PF a instauração de inquérito policial para apurar o envolvimento de agentes públicos, de milicianos e de contraventores que estariam atuando em conjunto para obstruir as investigações que hoje são conduzidas pela Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público do Estado.
No início do caso, Jungmann chegou a oferecer ajuda da Polícia Federal, mas o Estado do Rio não aceitou. A PF chegou a prestar ajuda nas apurações, mas não teve participação direta. De acordo com o ministro, não há prazo para a conclusão desta nova investigação. Ele explicou também que a Polícia Federal não entrará no espectro da investigação que tenta elucidar quem foram os mandantes do crime e quem o executou.
Jungmann, no entanto, afirmou que a PF vai trabalhar em conjunto com os agentes que já investigam o caso e que as duas frentes podem se ajudar.
— Se essa investigação (da PF) levar luz sobre quem matou, é uma possibilidade, mas não é esse o objeto. Mas não tenha dúvida que terá que proceder em cooperação — disse.