O funcionário público Francisco Hoffmann, 37 anos, viveu momentos de terror na madrugada desta sexta-feira (16) no apartamento em que mora, em uma esquina no centro da pequena Cerro Branco, cidade de 4,6 mil habitantes na região central do Estado. Ele, a esposa e a filha de três anos foram acordado pelo barulho de tiros de fuzil, que foram seguidos de duas explosões na agência do Banrisul que fica no mesmo prédio.
— Só deu tempo de a gente sair dos quartos e procurar um que fica mais ao fundo do apartamento. Deu a primeira explosão, disparos, a segunda, e em 15 minutos os bandidos fizeram o serviço. Tremeu tudo, parecia que ia desabar — detalha.
O homem segurou a esposa e a filha e a família rezou enquanto o ataque ocorria. Ainda nervoso, tremendo e sem conseguir dormir desde o ataque, ele comenta que o momento de maior temor foi após as explosões terminarem. O silêncio foi assustador:
— Queríamos sair, mas não sabíamos se os bandidos estavam ali. Só deixamos a casa depois de ouvir vozes de outras pessoas da comunidade.
Apesar do medo, o funcionário público e os familiares não se feriram. O entrave, agora, é saber se o prédio, que é do pai dele, o prefeito de Cerro Branco, Jorge Hoffmann, ainda está em condições de habitação. Algumas paredes racharam com a força das explosões. Engenheiros devem fazer uma vistoria nos próximos dias.
O prefeito acredita que mais de cem tiros foram disparados pela quadrilha. Ele relatou que a população estava muito assustada nesta manhã e que as explosões viraram o assunto da cidade.
— A gente fica surpreso. Uma cidade pequena, com agência pequena, e os bandidos preparados, com armamento tão pesado — lamenta.
A Polícia Civil afirma que cinco bandidos participaram da ação. Enquanto a quadrilha explodia o banco, o resto atirou contra o posto de atendimento da Brigada Militar (BM). Na fuga, pregos retorcidos foram espalhados pela cidade para atrapalhar as buscas da polícia. A cidade conta com efetivo fixo da BM, porém haveria apenas um policial de plantão.
De acordo com o delegado da Polícia Civil Ricardo Milesi, o banco não tinha câmeras, mas estabelecimentos próximos flagraram a o ataque. A polícia tenta identificar os criminosos. As buscas da BM na área rural da cidade não resultaram em nenhuma prisão.
Este é o ataque a banco de número 150 no Estado em 2018, conforme balanço de GaúchaZH. Somente em novembro, foram 17 crimes em agências no Rio Grande do Sul.