O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) confirmou a localização de uma dinamite no cofre do Banrisul atacado por criminosos na madrugada desta sexta-feira (12) em Água Santa, cidade de 3,7 mil habitantes no norte gaúcho. O explosivo estava preso em uma barra de ferro e tinha risco de explodir.
A operação para desativar o material durou três horas, encerrou-se por volta das 14h e foi a mais complexa do ano, conforme o comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar, tenente-coronel Claudio dos Santos Feoli.
Quatro policiais militares especializados em trabalhar com explosivos foram de Porto Alegre de helicóptero até Água Santa. Primeiro, foi utilizado um robô com câmera acoplada para se aproximar do cofre. A ação foi organizada por um policial com um controle, que estava distante da agência. Ao confirmar a presença do explosivo, tentaram retirá-lo com um braço do robô, mas perceberam que estava travado.
Por causa disso, um policial teve de entrar no banco e, no começo da tarde, usou sistema de ganchos, tentando "pescar" a dinamite. Para não correr riscos, o agente utilizou traje fragmentação, que atenua os danos causados em uma eventual explosão espontânea. Além do capacete, a roupa tem cerca de 60 quilos e conta com ventilação própria para atenuar o calor que o policial sofre pelo peso.
— Esta é uma das operações antibomba mais complexas que estamos fazendo no ano no Rio Grande do Sul. É uma situação bastante delicada — explica Feoli.
O material retirado da agência foi levado a uma área próxima, que foi isolada, e será explodido.
O crime
O ataque ao banco ocorreu por volta da 1h30min. Quatro ladrões teriam participado da ação. Eles fugiram após perceberem a aproximação de uma moradora em seu carro na frente da agência. O grupo chegou a atirar contra a mulher, que ficou ferida após o para-brisa do veículo quebrar e atingi-la.
De acordo com o responsável pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Planalto, coronel Jair Euclésio Ely, agentes de vários municípios das proximidades fizeram buscas aos assaltantes em áreas rurais, mas não os encontraram. Há suspeita de que o grupo tenha se escondido em alguma fazenda da região. Ainda segundo o oficial, havia seis policiais militares de plantão no momento do crime.
Em maio deste ano, a mesma cidade teve dois bancos arrombados por criminosos, que conseguiram acessar os cofres. Naquela ocasião, a principal rodovia de acesso à cidade, a RS-430, foi bloqueada pelos criminosos, que incendiaram pneus e espalharam pregos retorcidos. A polícia não chegou a tempo de deter os criminosos.
Já são oito ataques a banco ocorridos no Rio Grande do Sul em outubro, segundo balanço de GaúchaZH.