Um ucraniano de 24 anos foi detido no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, na noite de quarta-feira (22), após agentes da Receita Federal e da Polícia Federal (PF) encontrarem ecstasy na mala dele. O homem, que não teve o nome divulgado, tinha duas mil unidades do entorpecente na bagagem. Segundo o auditor-chefe da Receita Federal no aeroporto, Erno Cunha, a venda de todos os comprimidos renderia aproximadamente R$ 400 mil ao criminoso.
O europeu desembarcou de um voo vindo da Bélgica, em Portugal, por volta das 19h. Conforme a Receita Federal, dos 270 passageiros do voo, 40 passaram por revista. O procedimento faz parte do sistema de gerenciamento de risco do órgão, que leva em conta alguns critérios, como país de origem e renda, e aponta quais os viajantes devem ser revistados. O ucraniano foi um dos escolhidos.
Primeiramente, a bagagem passou por scanner, que apontou a existência de substância enrolada em papel carbono, em meio a roupas. O cão farejador da Polícia Federal — um pastor alemão — indicou que tratava-se de droga e um perito químico da PF confirmou.
Conforme Cunha, essa era a primeira vez que o ucraniano viajava ao Brasil. Ele saiu de Bruxelas, na Bélgica, e fez escala em Lisboa antes de desembarcar em Porto Alegre.
— Portugal não é um país conhecido por fabricar ecstasy. Suspeitamos que a droga tenha vindo com ele da Bélgica — explica.
Sem domínio do inglês, o europeu falou que teria vindo ao Brasil a passeio. Ele ficaria uma semana em Porto Alegre, de onde pegaria voo com escala em São Paulo e voltaria a Kiev, na Ucrânia. Ele foi levado à sede da Polícia Federal, onde foi preso em flagrante por tráfico internacional de drogas. Depois, encaminhado ao sistema prisional. Ele não prestou depoimento no momento da prisão por ser fluente em ucraniano e russo. Um intérprete será chamado para que o europeu seja ouvido.
Essa é a primeira apreensão de ecstasy de 2018 no Aeroporto Salgado Filho. No ano passado, foram seis. Segundo o auditor, a quantidade de droga encontrada nesta quarta-feira é semelhante a das últimas apreensões.
— O caso acende luz vermelha para entrada de mais drogas — afirma Cunha.
De acordo com o auditor, a suspeita é que essa droga seria vendida em Porto Alegre e em Santa Catarina, em festas de música eletrônica.
— Pela nossa experiência, sabemos que drogas sintéticas costumam ser levadas a Santa Catarina. São vendidas cerca de 300 unidades por festa, o que renderia aproximadamente R$ 400 mil.