A mulher morta na frente do filho na noite de quinta-feira (16) em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, estava indo ao mercado com o filho de um ano quando ficou no meio do fogo cruzado e acabou sendo baleada. Gabrielle Correa da Silva, 24 anos, chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O menino estava no carrinho de bebê e acabou não se ferindo.
Gabrielle morava a poucos metros do local, em uma casa no mesmo terreno onde fica a residência da mãe, a primeira pessoa da família a saber que ela foi baleada. A jovem residia há 13 anos no local.
— A mãe está em choque, imagina perder um filho? — questiona um irmão da jovem, de 21 de anos, que por motivos de segurança pediu para não ser identificado, assim como outros familiares ouvidos pela reportagem.
Gabrielle tinha saído de casa para comprar carne para o jantar. Antes, tinha conversado com o companheiro, que lhe entregou dinheiro para comprar o alimento. O casal estava juntos há anos. Testemunhas relataram à polícia que três pessoas chegaram caminhando na Rua André Forster, no bairro Guajuviras, após descerem de um carro. Conforme o delegado, os atiradores gritaram que eram da polícia e, em seguida, começaram a disparar.
— Ela estava no lugar errado, na hora errada — conta o irmão.
Mãe de quatro filhos, Gabrielle era dona de casa e estava envolvida nos últimos dias em preparativos para a festa de aniversário do menino de um ano — que presenciou a morte da mãe —, completado no último dia 14. A comemoração iria ocorrer neste sábado (18).
— Os vizinhos nos contaram que ela estava muito feliz, radiante. Nunca tinham visto ela tão feliz. É como se fosse uma despedida — conta uma tia.
— Agora não tem clima de festa — relata um tio.
Parte da família mora na zona sul de Porto Alegre e, após o crime, pretendia retirar a mãe de Gabrielle do local. A jovem tinha tinha três irmãos e uma irmã. Sobre a personalidade, familiares contam que ela era "super reservada" e "divertida com os filhos".
Tiro atingiu mulher pelas costas
Segundo o delegado Luis Antonio Reis Firmino, a mulher foi atingida nas costas por um tiro, que atravessou o coração.
— Os alvos seriam três rapazes que estão por perto. O local é considerado ponto de comércio de drogas — detalha o delegado.
Ainda não se tem a identificação dos suspeitos. No local não foram encontrados estojos de balas. Para o delegado, há duas possibilidades: que o tiro foi de um revólver - que não libera cápsula - ou que alguém retirou os vestígios da bala do local.
Até as 13h desta sexta-feira, o corpo da dona de casa não havia sido liberado no Departamento Médico Legal.