Identificado como suspeito da maior chacina do século em Porto Alegre, um rapaz, de 19 anos, foi preso no fim da manhã desta quinta-feira (16) na Avenida Baltazar Oliveira Garcia, na zona norte da Capital. Segundo a Polícia Civil, o preso, conhecido como Picolé, foi apontado como autor de outros assassinatos e considerado um dos matadores de uma facção criminosa. Em 19 de julho, sete pessoas, entre elas uma grávida de oito meses, foram mortas a tiros em uma casa no bairro Passo das Pedras.
A moradia onde o foragido foi encontrado fica nas proximidades de onde ocorreu o crime. Desde o início do mês, Picolé era procurado pelos policiais, após ter mandado de prisão temporária decretado. A Polícia Civil recebeu informação de que ele estaria nesta casa e cumpriu o capturou no fim da manhã.
Com o suspeito, que não teve o nome divulgado pela polícia por conta do tipo de prisão, foram encontrados cerca de 20 projeteis de pistola calibre .40 Ele tem antecedentes como adulto porte de arma de fogo uso restrito e como adolescente por homicídio e receptação. Um outro foragido, que não teria relação com a chacina, também estava no local e foi preso.
— Ele (Picolé) era conhecido como o matador no Passo das Pedras. É suspeito em diversos outros homicídios ocorridos na região. É dali mesmo do bairro — detalhou a delegada Luciana Smith, da 5ª DHPP.
Outro suspeito do crime, Emerson Dione da Rosa Barcelos, 18 anos, também está preso. Ele foi apreendido em 31 de julho pela Brigada Militar, por um ato cometido quando adolescente. Após a detenção, foi levado para a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). Depois de ser apontado como possível autor da chacina, foi transferido para um presídio.
Na madrugada do crime, três pessoas desembarcaram de um táxi próximo da casa que era frequentada por usuários de drogas, na Rua Gregório Beheregaray Filho. Os criminosos ingressaram no local e assassinaram com tiros de pistola 9 milímetros cinco homens e uma mulher. Uma das vítimas, morta logo na entrada, estava grávida de oito meses. Os dois presos até o momento teriam sido responsáveis pelas mortes.
Outros envolvidos
A polícia ainda tenta identificar um terceiro atirador e o motorista do táxi. Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra a chegada e saída do veículo do local. Um trecho da gravação mostra o Siena em alta velocidade que, por pouco, não atropela um grupo de pessoas que caminhavam pela rua.
— Tínhamos suspeitos, mas não conseguimos confirmar a participação deles. É importante reforçar a necessidade das pessoas repassarem informações. Ainda não se conseguiu identificar quem os levou até lá — afirma a delegada.
Para Luciana, o crime foi motivado por desavença envolvendo o tráfico de drogas. Um dos alvos dos criminosos teria passado uma nota falsa ao comprar entorpecentes em um ponto, próximo da residência. Por conta da dívida, acabou sendo morto. As outras pessoas teriam sido mortas por estarem no local. Uma testemunha relatou que os atiradores chegaram atirando, sem alvo específico. O telefone para repassar denúncias ao Departamento de Homicídios é 0800-6420121.
As vítimas
As vítimas foram identificadas como Adriano Muller Guimarães, 35 anos, Breno Eli Silva de Freitas, 71 anos, Najara Katiane Schumacher Pereira, 30 anos, Douglas Seelig de Fraga, 38 anos, Jair da Luz de Souza, 49 anos, Vantuir Francisco Zanella Vieira, 39 anos e Rita Borba de Aguiar, 33 anos, grávida de oito meses.