Era quarta-feira. Fazia frio no inverno em Santa Cruz do Sul. Cláudia Inês Orlandi, 48 anos, saiu de casa às 13h30min daquele 19 de julho para uma viagem a Porto Alegre. Foi a última vez que viu o filho Daniel Orlandi Eisenhardt, à época com 24 anos. Até hoje, a mãe se questiona sobre o paradeiro do seu caçula.
Quando retornou de viagem, no final da tarde do mesmo dia, o rapaz que morava com a ela e o irmão no bairro São João, não estava em casa. A mãe pensou que Daniel estivesse na residência da ex-companheira, Gabriela Soares, com quem tem um filho. Dois dias depois, ligou para o celular de Gabriela e descobriu que o filho não esteve com ela nos últimos dias.
— Desde então, buscamos por respostas todos os dias. Uma pessoa não pode sumir e ninguém ter pista dela. Uma criança de seis anos quer explicações — desabafa Cláudia, referindo-se a avó ao neto.
Emocionada, Cláudia conta que o neto pergunta pelo pai todos os dias. A criança está no 1º ano do Ensino Fundamental e desde o mês passado, por orientação da escola, passou a frequentar um psicólogo.
— Ele olha para mim e pede "Vó, já acharam meu pai?". Acabo ficando sem resposta e choro.
A polícia encontrou a motocicleta do rapaz em uma residência no bairro Progresso, dois dias após o desaparecimento. Um morador foi ouvido pela investigação e relatou que Daniel era seu conhecido e pediu para deixar o veículo no local, uma vez que estaria estragado. O veículo teria sido deixada na casa no mesmo dia em que o rapaz saiu da casa da mãe.
Para o delegado Alessander Zucuni Garcia, da 2ª DP de Santa Cruz do Sul, não há motivação aparente para o sumiço de Daniel, que trabalhava na Secretaria de Obras da prefeitura.
— Não temos nada de concreto na investigação. Sempre que recebemos alguma denúncia vamos atrás, buscamos por câmeras de segurança, ouvimos pessoas, mas nenhum indício aponta o desfecho do desaparecimento.
Desde de o sumiço de Daniel, buscas foram feitas em diversos pontos da cidade, especialmente nas proximidades do bairro Santo Antônio, onde a motocicleta foi encontrada. Mas não saber o que aconteceu com o filho é o que mais angustia a mãe:
— Conheço meu filho. Não iria embora sem avisar. Não sei mais onde buscar ajuda para encontrar o Daniel — desabafa.