O Tribunal de Justiça negou recurso da defesa de Elisângela Rius, condenada pela morte e ocultação dos cadáveres do marido, Patrick Moraes Marques, 27 anos, e do filho, Eduardo William Rius Mebius, 16, em crimes que aconteceram na Grande Porto Alegre em 2013. O relator, desembargador José Antonio Cidade Pitrez, foi seguido pelos outros dois magistrados da 2ª Câmara Criminal. A decisão foi tomada em sessão realizada nesta quinta-feira (26).
Elisângela está detida desde 2016, no Presídio Feminino Madre Pelletier. Em julgamento que durou 11 horas, no Foro de Canoas, em março deste ano, ela foi condenada a 37 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado.
Crimes
Os crimes ocorreram em um intervalo de quatro meses, em 2013. Até ser presa, Elisângela vivia de forma clandestina, usando peruca. O disfarce e o fato de ter matado o próprio companheiro deram a ela o apelido de Viúva-Negra. Ela foi presa após a mãe denunciá-la à polícia, alegando temer por sua vida, já que vinha sendo ameaçada.
Em julho de 2013, o marido foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em Cachoeirinha, próximo ao limite com Canoas. A perícia constatou que ele havia sido assassinado a machadadas e teve o corpo jogado no local. No começo de outubro daquele mesmo ano, o filho foi encontrado morto em circunstâncias semelhantes, tendo o corpo sido abandonado em Triunfo.
Nos dois casos, Elisângela registrou o desaparecimento dias depois dos crimes. Exames periciais mostraram sinais de envenenamento por medicação nas duas vítimas.
Segundo a acusação, Elisângela teria cometido o primeiro crime por interesse financeiro. Depois, teria matado o filho para tentar garantir sua impunidade. Em depoimento, ela negou a autoria dos fatos. Em 29 de março de 2016, foi detida após ter a prisão temporária decretada pela Justiça.