Foi presa na última terça, no Bairro Guajuviras, disfarçada com uma peruca loira, a mulher conhecida pela polícia como a "viúva negra" de Canoas. Elisângela Rius, 38 anos, que já havia sido indiciada pelos assassinatos do marido, Patrick Moraes Marques, aos 27 anos, e do filho, Eduardo William Rius Mebius, de 16 anos, no intervalo de dois meses, em 2013, teve agora a prisão temporária decretada pela Justiça.
Com os cabelos curtos e tingidos, Elisângela usava uma peruca loira e vivia como se fosse uma clandestina, só saía de casa às escondidas, mesmo sem ter saído da cidade.
– Surgiram novos elementos que incriminam a suspeita e demonstram que ela agiu para prejudicar as investigações policiais. O caso foi reaberto e, durante 30 dias, ela deve permanecer presa – afirma o delegado Pablo Rocha, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), de Canoas.
A polícia chegou até Elisângela a partir de uma denúncia da mãe dela há pouco mais de uma semana. A mulher alegou que vinha sendo ameaçada pela filha e temia por sua vida. A própria mãe havia feito ocorrência na polícia de desaparecimento de Elisângela meses depois dos crimes.
– Ela também ajudou a acobertar o crime com uma falsa ocorrência policial – diz o delegado.
No final de julho de 2013, Patrick foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em Cachoeirinha, próximo ao limite com Canoas. A perícia constatou que ele havia sido morto a machadadas e teve o corpo jogado naquele local. No começo de outubro daquele ano, Eduardo foi encontrado morto em circunstâncias semelhantes, com o corpo abandonado em Triunfo.
Nos dois casos, Elisângela registrou desaparecimentos dias depois dos sumiços. Exames periciais demonstraram sinais de envenenamento por medicação nas duas vítimas. A suspeita da polícia é de que ela teria cometido o primeiro crime por interesse financeiro. Depois, teria matado o filho para garantir sua impunidade.
– Temos fortes indícios de que ela não agiu sozinha – aponta Pablo Rocha.
Em depoimento, Elisângela negou a autoria dos fatos. O seu advogado, Ricardo Garlet, afirmou que ainda não teve acesso aos autos. Ele pretende solicitar à Justiça a revogação da prisão temporária.
Leia mais notícias do dia