Na manhã desta quarta-feira (25), a Polícia Civil deflagrou a segunda fase da operação "Grande Negócio", da Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab). Policiais cumpriram 18 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão, restrição de atividades econômicas, restrição de contato e quebra de sigilo fiscal e bancário. A ação ocorreu em Porto Alegre, Lajeado, Santa Cruz do Sul e Santa Clara do Sul. Até as 10h, ninguém havia sido preso.
O alvo da operação é o frigorífico Frigoforte, de Santa Clara do Sul, no Vale do Taquari, suspeito de lavagem de dinheiro realizando a compra de "gado fantasma". A polícia identificou que o frigorífico comprava gado de estabelecimentos que não vendem animais. Segundo o delegado André de Matos Mendes, titular da Decrab, de Bagé, eram emitidas notas fiscais e os impostos eram recolhidos, mas não ocorria o abate dos animais. O valor lavado, segundo a polícia, passa de R$ 1 milhão.
— A Secretaria da Agricultura foi quem nos alertou sobre essa situação. Imaginávamos que o gado comprado poderia ser fruto de abigeato ou sem procedência. Em maio fizemos a primeira fase e descobrimos a lavagem de dinheiro — explicou o delegado.
Um dos locais que supostamente vendia gado, na verdade comercializava frutas. A polícia encontrou duas armas na sede da empresa. Os agentes também apreenderam uma Land Rover na casa de um sócio oculto, que não consta no contrato social, mas seria o real dono do frigorífico, em Lajeado. O veículo estava em nome da empresa.
Foram afastados quatro diretores do frigorífico de Santa Clara do Sul e dois advogados que prestavam serviço à empresa. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
A reportagem de GaúchaZH tentou contato com o frigorífico Frigoforte mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.