Está ocorrendo nesta quinta-feira (7) a primeira audiência no Fórum de Palmeira das Missões sobre o sumiço da contadora Sandra Mara Lovis Trentin, 48 anos, ocorrido em 30 de janeiro de 2018, em Boa Vista das Missões, no Noroeste gaúcho. Estão sendo ouvidas nove testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público e 20 indicadas pela defesa.
O marido da contadora é acusado de ser o mandante do crime e segue preso no complexo penitenciário de Canoas. Detido à época que era presidente da Câmara de Vereadores do Boa Vista das Missões, Paulo Ivan Batista Landfeldt é réu pelo homicídio e ocultação de cadáver de sua companheira.
O crime, segundo peças contidas no processo, foi cometido para que Landfeldt pudesse ficar com todos os bens da família sem que houvesse separação. O casal estaria vivendo relacionamento conturbado. Além disso, consta na denúncia do MP também que o parlamentar assumiria relacionamento com uma amante.
Além dele, também está preso Ismael Bonetto, acusado pelo MP como executor do crime a mando do marido. No dia em que foi preso, na cidade de Lages, em Santa Catarina, o réu teria admitido em detalhes, com calma, o passo a passo do dia do crime. A conversa dele com o delegado local foi gravada em vídeo. Dias depois, voltou atrás em suas declarações, mas a acusação acredita que ele estivesse sendo coagido.
A audiência começou pouco antes das 10h e deve seguir até o final da tarde desta quinta. Os dois presos devem ser ouvidos em outra etapa do processo.
Relembre o caso
Sandra saiu da casa onde residia com o marido, Paulo Landfeldt, e três filhas, de 16, 11 e cinco anos, em Boa Vista das Missões, na manhã de 30 de janeiro. Ela pegou a caminhonete que estava na garagem da residência do cunhado, passou no escritório de contabilidade, na mesma rua, e por volta das 7h30min saiu para Palmeira das Missões.
A contadora disse às funcionárias que resolveria algumas questões do escritório. Chegou a passar na Junta Comercial, no centro de Palmeira das Missões. Depois disso, circulou pelas ruas da área central e estacionou na Rua Rio Branco, ao lado de um CTG. A partir dali, não foi mais vista.
Dentro do veículo, foram achados dois chips e o cartão de memória do celular, a bolsa dela, um par de sapatilhas, dinheiro e diversos papéis do escritório. A família percebeu o sumiço do celular e da carteira de habilitação. No mesmo dia, o desaparecimento foi registrado pela família.
Landfeld deu entrevista ao GaúchaZH antes de ser preso. Na ocasião, lamentou o crime e descrevendo o dia em que ela desapareceu. Ele havia afirmado que os dias "estavam terríveis".