A Justiça autorizou o Ministério Público (MP) e a Polícia Civil a terem acesso às coordenadas do GPS do dia 30 de janeiro da caminhonete Ranger da contadora Sandra Mara Lovis Trentin, 48 anos, que segundo as autoridades locais foi assassinada a mando do marido, em Boa Vista das Missões, no Noroeste gaúcho. O juiz João Garcez de Moraes Neto determinou que, em 10 dias, a montadora Ford do Brasil deve enviar os dados, ou então o procedimento para a extração.
Além disso, também foi deferido pela Justiça o pedido do Ministério Público para a quebra de sigilo de três telefones celulares que teriam sido usados pelo suspeito de ser o executor do crime, Ismael Bonetto, 22 anos, entre os dias 1º de janeiro e 23 de fevereiro. Na decisão, consta o pedido para a "extração de todos os dados, registros, mensagens e arquivos neles gravados ou através deles acessíveis, inclusive os apagados e que não foram recuperados até o momento".
O magistrado considerou que as quebras de sigilo são importantes para esclarecer "pontos ainda obscuros na investigação".
"As quebras aqui pleiteadas são imprescindíveis para que novas provas sejam encontradas, e mais, a localização do corpo da vítima ainda é ponto pendente nas investigações, sem falar que os telefones podem ter sidos usados no iter criminis (sucessão dos fatos criminosos)" anotou o juiz, em documento.
Na mesma decisão, o juiz indeferiu pedido da Polícia Civil para a prorrogação do inquérito que investiga o crime contra a contadora. Para o magistrado, as investigações podem prosseguir, no sentido de localizar outros suspeitos ou o corpo, mesmo sem o inquérito inicial estar aberto.