O juiz aposentado Francisco Eclache Filho, 69 anos, foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato da companheira Madalena Dotto Nogara, em julho de 2014. O júri ocorreu nesta quarta-feira (6), em Restinga Seca, na Região Central.
Eclache foi condenado por homicídio qualificado, por motivo torpe. Segundo a denúncia do Ministério Público, o juiz tinha ciúme doentio de Madalena.
Como o magistrado está preso desde o dia posterior ao crime, os quatro anos nos quais passou em cárcere serão descontados da pena total. Agora, por meio de recurso, a defesa tenta reduzir a sentença.
O juiz, que atuou no Tribunal de Justiça de Minas Gerais até 2010, confessou ter alvejado Madalena com quatro tiros na cabeça, nas costas e no peito. Mas diz que os disparos foram acidentais.
O crime aconteceu em 22 de julho de 2014, 54 dias depois de os dois efetivarem a união estável. O casal havia se conhecido um ano antes pela internet. Segundo familiares, Eclache proibiu a mulher de manter a rede social que tinha e restringiu as saídas e encontros com amigos de Madalena.
Depois de cometer o crime, tentou fugir para Minas Gerais de carro, mas acabou saindo de pista no município de Osório, onde foi detido pela polícia. Eclache está preso no Grupamento de Operações Especiais, na em Porto Alegre.
Contraponto
O advogado Fábio André Adams dos Santos, que defende Eclache informou que pedirá a anulação do júri, pois o julgamento se deu contrário à prova dos autos. Conforme Santos, não há nenhum elemento capaz de comprovar que a morte da vítima se deu por ciúme ou possessividade.
— Ele agiu em legítima defesa e isso ficou comprovado no laudo do IGP. O disparo só foi efetuado, pois a companheira disparou anteriormente — declarou.