A Polícia Civil prendeu três pessoas nesta quinta-feira (19), em Piratini, no sul do Estado, suspeitas de crimes de ameaça e extorsão. Durante a Operação Epístola, foram cumpridos também três mandados de busca e apreensão.
Os trabalhos foram comandados pelo delegado Rafael Vitola Brodbeck, da Delegacia de Polícia de Piratini, que contou com apoio de agentes da Defrec/Pelotas. Os três presos – uma mulher e dois homens – não tiveram os nomes divulgados pela polícia.
Segundo a investigação, as ameaças eram feitas por meio de cartas e mensagens, nas quais os autores tentavam extorquir as vítimas, exigindo quantias em dinheiro. Os golpistas atribuíam a autoria dos textos a uma quarta pessoa, como forma de ocultar suas identidades.
A polícia chegou a prender essa quarta suspeita, à qual as mensagens eram atribuídas, mas depois descartou a participação dela no esquema. De acordo com as investigações, esta pessoa teve os dados roubados após ser contratada para trabalhar como babá.
De posse dessas informações, o trio comprou uma linha de celular em nome dela, que posteriormente seria usada para o envio de mensagens.
Segundo o delegado Rafael Brodbeck, a líder do trio preso tentou criar um álibi ao registrar um boletim de ocorrência, relatando supostas ameaças que teria recebido em cartas. À polícia, a suspeita indicou um homem que seria o autor das ameaças, na tentativa de tentar confundir os investigadores.
Após a polícia realizar perícia grafotécnica nas cartas, na tentativa de identificar o autor, o trio passou a aplicar golpes por meio de mensagens SMS, com o celular comprado em nome da babá.
— A autora das mensagens chegou a enviar uma mensagem ameaçadora para a professora da sua própria filha sugerindo o sequestro da criança. Ela, junto ao marido e ao cunhado, articulou muito bem esses golpes — afirmou o delegado Brodbeck, que justificou o pedido de prisão temporária do trio para o desfecho do inquérito.
A polícia acredita que o próximo passo seria a extorsão, já que neste primeiro momento o grupo focou em criar álibis, inclusive com ameaças a seus próprios familiares.
— Não sabemos quantas mensagens foram disparadas e nem quantas pessoas receberam as cartas falsificadas e as mensagens de celular. Rastreamos o telefone e ele estava sob posse de uma das suspeitas que foi presa hoje e não com a dona da linha, que já está sendo solta. Não tenho dúvidas que, agora, conseguimos desvendar esse caso complexo — disse o delegado.
A mulher que liderava o grupo já tinha registro policial no município, em 2008, por outros crimes.
De acordo com o delegado, as investigações estão avançadas e, com as prisões, o inquérito será enviado à Justiça. A Polícia Civil não informou quanto os suspeitos teriam arrecadado com o golpe, nem quantas pessoas foram lesadas pelo trio.