A Polícia Civil prendeu na manhã deste sábado (17), em Gravataí, mais um integrante de uma quadrilha que usava mais de dez voos domésticos por mês para transportar drogas sintéticas entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Os traficantes também realizavam a distribuição por via rodoviária, neste caso envolvendo outros tipos de entorpecentes. O criminoso estava na condição de foragido do sistema prisional.
Segundo o delegado Thiago Lacerda, da 2ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), o homem de 46 anos de idade, que não teve a identidade revelada, tem antecedentes por tráfico e homicídio. Com ele, foram apreendidas várias porções de cocaína e crack, além de comprimidos de ecstasy.
- Chamou a atenção que a droga tinha uma espécie de marca de qualidade. Ou seja, eles colocavam uma etiqueta contendo "100%" nas embalagens de cor azul - ressalta o delegado Mario Souza, diretor de Investigação do Denarc.
Operação Ajax
Esta foi a 35ª prisão em dois anos e meio de investigação, a 19ª desde a última quinta-feira (15), quando foi deflagrada a Operação Ajax em oito cidades gaúchas. As ações ocorreram em Porto Alegre e em Cachoeirinha, em Torres (onde ficava uma base responsável pelo ingresso de drogas no Estado), em Canoas e Nova Santa Rita (onde o grupo dominava o tráfico e se envolveu em 15 homicídios desde 2015), além de São José do Norte, Pelotas e Guaporé (onde os criminosos se escondiam após ataques a grupos rivais ou para fugir da polícia).
A polícia segue investigando o grupo – há pelo menos outros nove foragidos. Lacerda ainda lembra que, conforme áudios de conversas pelo WhatsApp, os traficantes diziam que passavam com as drogas junto ao corpo nos aeroportos pelo fato de que as cartelas de LSD e comprimidos de ecstasy não eram detectados nos voos domésticos por não ter "Raio X". Em fotos publicadas nas redes sociais, os criminosos ostentavam o uso de armas, como fuzis e submetralhadoras.