A Polícia Civil descobriu mais uma ousadia do crime organizado na tentativa de evitar prejuízos, de despistar agentes da segurança e até rivais. Uma facção que tem base no Vale do Sinos, a mesma que tinha plano para executar autoridades e que construiu um túnel para fuga em massa do Presídio Central, estava escondendo armas em uma funerária na cidade de Sapucaia do Sul. A investigação aponta que armamento, coletes e munição seriam transportados até dentro de caixões.
A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de São Leopoldo chegou à descoberta após a prisão, na semana passada, de três integrantes do grupo que estavam atacando com violência motoristas na região. Ao obter as informações sobre o uso da funerária como depósito de armas, policiais foram até o local entre a noite passada e a madrugada desta segunda-feira (26). No imóvel, durante cumprimento de mandado de busca, o delegado Rodrigo Zucco encontrou uma submetralhadora .50, coletes à prova de bala, toucas ninja, munição dos mais variados tipos e rádios comunicadores, todos já na frequência da Brigada Militar.
— A suspeita é de que as armas seriam transportadas nos veículos da funerária para prática dos assaltos e homicídios do bando. Ou então para fazer segurança do tráfico — diz Zucco.
Um homem de 43 anos, que estava no local, foi preso em flagrante. A polícia vai apurar agora o envolvimento de mais integrantes de facção neste esquema de utilizar uma funerária como depósito de armas.
Zucco não divulgou o nome do estabelecimento comercial e nem o do preso. Ele ainda apura se o proprietário do local recebia dinheiro para guardar armas, se era forçado a fazer isso ou se simplesmente tinha algum vínculo mais forte com a organização criminosa.