A 7ª Vara Federal de Porto Alegre condenou 26 pessoas acusadas de integrar um esquema que utilizava empresas de transporte para ingresso de cocaína no Rio Grande do Sul. As penas variam de três a 41 anos de prisão, dependendo da função de cada um no esquema. Foi mantida a prisão de 18 deles, que não poderão recorrer em liberdade. Também foram aplicadas multas e decretada a indisponibilidade de bens, sendo 15 imóveis e 64 veículos, incluindo caminhões e caminhonetes.
O fornecedor da droga seria o brasileiro Jarviz Pavão, extraditado em dezembro e atualmente recolhido ao Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A ação tem como base o inquérito policial resultante da Operação Argus e tem relação com a Operação Suçuarana. As investigações conduzidas pela Polícia Federal contaram com interceptações telefônicas, vigilâncias e operações que resultaram em 12 flagrantes, na apreensão de 850 quilos de cocaína e 420 quilos de maconha, e na prisão de 21 pessoas. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) detalhou a atuação de 28 homens e uma mulher.
De acordo com o MPF, a estrutura criminosa atuava adquirindo grandes carregamentos de drogas no Paraguai para distribuição no RS. O entorpecente ingressaria em território nacional pela fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porá, no Mato Grosso do Sul, ou municípios próximos, onde permaneceria à disposição dos responsáveis pelo transporte.
Os transportadores se dividiam em três grupos e tinham o apoio de motoristas e batedores. A droga era escondida em meio a cargas lícitas, de forma a mascarar a operação ilegal. Um dos líderes da organização cuidava da remessa, da recepção, do armazenamento das drogas no RS - em sítios na área rural de Viamão ou na Capital - e do pagamento ao fornecedor.
Um integrante de uma facção que atua em presídios gaúchos seria o destinatário final dos carregamentos. De dentro do Presídio Central de Porto Alegre, ele se encarregava da comercialização do produto por meio de terceiros.
Processo
Houve a divisão do processo em relação a três réus, incluído Pavão, que aguardava extradição no Paraguai. Os outros dois acusados estariam em local desconhecido. A ação originária seguiu tramitando contra 26 pessoas.