A Polícia Civil vai pedir ao Facebook a exclusão de dois perfis da modelo Nicolle Brito Castilho da Silva, desaparecida desde 2 de junho do ano passado em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme o delegado Leonel Baldasso, a jovem teria ao menos duas páginas pessoais.
— Não existe mais razão para se ter essas páginas. Dá margem para outros crimes e comentários — observa o delegado.
Para a polícia as páginas são uma maneira de criminosos chegarem até a família dela. No final do ano passado, o pai de Nicolle relatou à polícia que sofreu uma ameaça de extorsão de uma mulher que se apresentava como detetive.
— Ela pediu dinheiro e disse que a Nicolle estava viva e morando no Uruguai — relata o policial, observando que o pai não fez registro de ocorrência contra o crime.
Apesar da esperança dada pela mulher, a polícia acredita que as chances da modelo estar viva são mínimas.
— Existe 0,1% de chance de que esteja viva — afirma Baldasso.
O pedido de exclusão ao Facebook também ocorre pelo fato de ter sido criada uma página falsa com o nome e fotos da modelo. A preocupação da polícia é o que os fraudadores podem fazer com esse perfil falso.
Inquérito deve ser concluído em 30 de abril
Sem dar muitos detalhes, o delegado afirma que o inquérito está próximo de ser concluído. Em 30 de janeiro, a Justiça aceitou um pedido para prorrogação da investigação por mais três meses. Hoje, o inquérito tem mais de 600 páginas, que reúne depoimentos de 28 pessoas ouvidas desde o sumiço.
— Minha esperança é concluir até o dia 30 de abril, quando termina a prorrogação — explica Baldasso.
Ao longo da investigação, a polícia também descobriu outros crimes, que não têm relação com o desaparecimento de Nicolle e que ocorreram longe de Cachoeirinha. Entre eles está a venda de armas e entrega de celular a um preso no Presídio Central. Quando o inquérito for entregue à Justiça, o delegado deve solicitar a cisão dos processos, para que esses fatos sejam investigados nos locais que ocorreram.