A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai prendeu nesta terça-feira (30) o narcotraficante brasileiro Adriano Augustin Calonga Lechuga, apontado como chefe de uma quadrilha com atuação dos dois lados da fronteira e desmantelada pela Polícia Federal (PF) em 2017.
Lechuga foi preso em Assunção, capital do Paraguai, em um edifício de alto padrão no bairro Mercedes, onde morava desde abril do ano passado, quando conseguiu fugir da PF e se refugiar no país vizinho.
Ele estava foragido desde 28 de abril, quando a PF desencadeou a Operação Malote, que reprimiu a quadrilha em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Foram apreendidos, na ocasião, 400 quilos de cocaína, que seriam vendidos pelo bando. Parte da droga seria remetida ao Rio Grande do Sul, sem vínculo com facções.
Lechuga seria um “matuto”, atacadista que vende a quem pagar mais. À época, ele conseguiu fugir, mas 12 pessoas foram presas. Um dos detidos no MS é vereador na cidade fronteiriça de Coronel Sapucaia: João Batista de Andrade (PRP), o João do Banquinho. Além do político, a PF prendeu outras sete pessoas naquele Estado, entre elas um policial militar de Naviraí. Ainda em MS foram apreendidos cinco veículos seminovos de alto padrão e confiscadas casas de luxo e uma fazenda, com mil cabeças de gado.
A Operação Malote prendeu quatro envolvidos em São Paulo, onde foram recolhidos 11 veículos de alto padrão e uma coleção de 143 relógios de luxo. A PF também conseguiu o confisco judicial de uma mansão avaliada em R$ 3 milhões e outros imóveis.
No Paraná, foram três detidos, outra coleção de 50 relógios, um barco, dois motonáutica e 11 veículos seminovos apreendidos. Entre os presos no PR estava Michele Fontes, mulher de Adriano Calonga Lechuga. O irmão Fábio Calonga Lechuga continua foragido.
Quadrilha tem patrimônio superior a R$ 40 milhões
Segundo a PF, os integrantes da quadrilha levavam vida de ostentação, com patrimônio superior a R$ 40 milhões.
Para justificar os bens, Lechuga falava que era garimpeiro. Conforme policiais paraguaios, mesmo escondido em Assunção, ele continuou comandando o esquema de tráfico de drogas e de armas. Com a prisão, deve ser entregue às autoridades brasileiras nos próximos dias.