O policial militar da reserva Luis Fernando Palhano Lopes, 52 anos, que já confessou informalmente ter matado a mulher Karla Silva de Sá Lopes, 28 anos, será indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver. A prisão preventiva dele já foi decretada. A informação foi repassada na manhã desta sexta-feira (8) em uma coletiva de imprensa realizada em um hotel em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
O delegado Vicente Soares e o tenente coronel Evaldo Hoffmann deram mais informações sobre o relacionamento do casal e sobre o crime. Luis e Karla se conheceram em Lages e vieram morar em Itapema em 2013, após o policial ir para a reserva depois de 30 anos de serviço.
Às 13h40min da última quarta-feira, Luis ligou para o telefone 190 e denunciou o suposto desaparecimento da mulher. Por telefone, ele disse que a agente da Polícia Civil costumava sair para caminhar todas as manhãs, por volta das 7h30min e que até aquele horário ela não havia retornado.
Mas na quinta, Luis confessou em uma conversa informal com o Capitão Geraldo Rodrigues que havia matado a mulher e enterrado o corpo na praia de Taquaras na noite da última terça-feira.
O policial tem histórico de violência doméstica. Segundo o delegado Soares, ele tem mais de um registro relacionados a uma ex-mulher.
Hoffmann afirmou que Luis fica no quartel até o julgamento, a não ser que seja excluído da corporação, decisão que cabe ao alto comando. Mesmo aposentado, o policial pode ser submetido a um processo administrativo.
O delegado disse ainda que apesar de a confissão ter sido informal, todos os indícios e provas levantadas não deixam dúvidas em relação a autoria do crime.
Contraponto
Luiz Eduardo Cleto Righetto, defensor do PM, negou nesta sexta-feira de manhã que seu cliente tenha confessado o crime e apontado onde estava o corpo. Ele lamentou a prisão preventiva decretada e pretende recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ):
— Não houve confissão na minha presença e de maneira formal. Desde o momento que cheguei na delegacia, por volta de 18h até 22h, quando deixei o local, não houve confissão formal.
A versão de Luiz Fernando, diz o advogado, é que a esposa teria saído para caminhar na quarta-feira de manhã e não havia mais entrado em contato.
Colaborou Pamyle Brugnago