"Eu acredito que o policial tem nas mãos a obrigação e o dever de zelar pela segurança da população. Tem o poder, muitas vezes, de salvar vidas". A frase foi dita pela policial civil Karla Silva de Sá Lopes, 28 anos, em um vídeo institucional gravado durante a formação dela. A mulher foi encontrada morta na noite desta quinta-feira (7), em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Ela estava desaparecida desde a manhã do dia anterior.
O marido dela, o policial militar da reserva remunerada, Luiz Fernando Palhano Lopes, 52 anos, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira. Ele é suspeito de matá-la com um tiro.
Karla havia participado de uma campanha institucional da Polícia Civil, durante a fase de formação na academia. A gravação, com uma entrevista dela e imagens do curso, foi publicada nesta sexta-feira, nas redes sociais da instituição, como forma de homenagem.
As imagens gravadas pela Polícia Civil mostram alguns traços da personalidade de Karla.
— Sou tranquila e bem família — respondeu ela durante a entrevista.
Formada em educação física, a jovem revelou na gravação que escolheu a carreira de policial civil pensando no bem estar do filho pequeno.
— Me preparei bastante para o concurso, quando olhei o meu nome lá (na lista de selecionados), foi incrível, uma sensação muito boa. Meu filho é a minha base, é por ele que eu batalho sempre e passei por tantas coisas. É simplesmente por ele que eu estou aqui hoje — disse no vídeo.
Confira a homenagem:
Karla teria desaparecido na manhã de quarta-feira. Mas, segundo a investigação, o crime foi cometido na noite anterior. O corpo dela foi encontrado na noite de quinta-feira enterrado na areia da praia de Taquaras, em Balneário Camboriú.
Karla trabalhava na delegacia de Correia Pinto, há cerca de 30 quilômetros de Lages, na Serra Catarinense. Com a formação de novos policiais na Academia de Polícia, ela teve a oportunidade de pedir transferência para outra comarca.
Segundo o delegado regional de Balneário Camboriú, David Queiroz, que conversou com a reportagem antes de ela ter sido encontrada morta, Karla estava feliz por conseguir transferência para a delegacia de São João Batista, na Grande Florianópolis. Ela já havia visitado a unidade e pretendia se apresentar no dia 11 de dezembro, quando iniciaria os trabalhos na nova cidade.
Contraponto
Luiz Eduardo Cleto Righetto, defensor do PM, negou nesta sexta-feira de manhã que seu cliente tenha confessado o crime e apontado onde estava o corpo. Ele lamentou a prisão preventiva decretada e pretende recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ).
A versão de Luiz Fernando, diz o advogado, é que a esposa teria saído para caminhar na quarta-feira de manhã e não havia mais entrado em contato.