A Justiça decretou no começo da manhã desta sexta-feira (8) a prisão preventiva de Luis Fernando Palhano Lopes, suspeito de matar a esposa Karla Silva de Sá Lopes, 28 anos, em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. O policial militar da reserva remunerada está detido na sede do 12º Batalhão da Polícia Militar (PM). Ele chegou na unidade na noite de quinta-feira a seu pedido por julgar haver risco para a própria integridade. Como é PM, ele tem a prerrogativa de permanecer no local, mesmo tendo cometido um crime comum.
O corpo de Karla foi encontrado no final da tarde desta quinta enterrado na Praia de Taquaras, em Balneário Camboriú. Na última quarta, Luis Fernando acionou o 190 da PM em Itapema, onde eles moravam, às 13h40min, para informar que sua esposa havia saído para caminhar entre 7h30min e 8h e não havia mais retornado. No contato ele disse que a mulher não tinha levado documentos, celular e sua arma funcional da Polícia Civil. Policiais militares chegaram a fazer buscas por ela, mas não a encontraram.
Na tarde de quinta, às 15h, o comandante da PM em Itapema, capitão Geraldo Rodrigues Alves Junior, foi até a casa do suspeito buscar mais informações sobre o desaparecimento da moça. Durante a conversa, Luis Fernando confessou o crime e desenhou um mapa apontando onde estava escondido o corpo dela. A arma de fogo usada no assassinato, uma pistola calibre 380 foi apreendida pelo comandante e o PM foi conduzido até a sede do 12º Batalhão.
A PM e a Polícia Civil foram até o local com o Instituto Geral de Perícias (IGP) e localizaram o corpo da vítima. A Divisão de Investigações Criminais (DIC) conduziu o suspeito até a delegacia, onde, acompanhado de um advogado, ele preferiu ficar em silêncio.
Luis Fernando atuava como sargento em Lages. Em fevereiro de 2015, ele foi oficialmente para a reserva remunerada da corporação. Depois disso, se mudou para Itapema, onde trabalhou por mais um ano no Corpo Temporário de Inativos da Segurança Pública (Ctisp).
O corpo da policial foi encontrado em um dos últimos pontos de entrada da praia de Taquaras, em uma área de restinga, de preservação ambiental. É possível perceber que a polícia passou pelo local por conta de restos de material de coleta, como luvas. A cova fica em uma região bem isolada, próxima das pedras, sem casas ou comércio, mais próximo da estrada do que do mar. O caminho é uma trilha.
Moradores da região afirmaram que só souberam que um corpo havia sido encontrado no local após a chegada da polícia. Nenhum dos vizinhos percebeu movimentação na quarta-feira, dia do desaparecimento.
Contraponto
Luiz Eduardo Cleto Righetto, defensor do PM, negou nesta sexta-feira de manhã que seu cliente tenha confessado o crime e apontado onde estava o corpo. Ele lamentou a prisão preventiva decretada e pretende recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ):
— Não houve confissão na minha presença e de maneira formal. Desde o momento que cheguei na delegacia, por volta de 18h até 22h, quando deixei o local, não houve confissão formal.
A versão de Luiz Fernando, diz o advogado, é que a esposa teria saído para caminhar na quarta-feira de manhã e não havia mais entrado em contato.
Colaborou Pamyle Brugnago