O Comando de Policiamento da Capital (CPC) confirmou a abertura de um procedimento para investigar um soldado da Brigada Militar suspeito de agressão a vizinhos na zona sul de Porto Alegre. O procedimento deverá determinar se a investigação seguirá na esfera administrativa ou criminal.
Um morador do bairro Vila Nova fez uma publicação em sua página no Facebook com imagens das agressões. Conforme o morador, o policial teria agredido a irmã, o cunhado e o pai dele, sem motivo.
— Eu não sei por que ele nos agrediu. Parecia que estava fora de si. Por volta das 23h [do dia 16 de dezembro], quando minha irmã descia do carro, ele a agrediu e, quando meu cunhado foi tentar ajudar, o policial o agrediu também. Ele quase perdeu um olho. Meu pai de 68 anos abriu a porta em seguida e também foi agredido com coronhadas na cabeça — relatou.
À reportagem, ele contou que a família, apesar de estar recuperada fisicamente, ainda está com medo:
— Nosso medo agora é de que ele volte. Ninguém dorme direito. Estamos todos abalados emocionalmente. Não voltamos a encontrá-lo, mas estamos com medo — revelou.
O policial não foi afastado, pois, até agora, a investigação entendeu que não há necessidade. Conforme o coronel Jefferson de Barros Jacques, comandante do CPC, apesar de o crime não ser de natureza militar, interessa ao Comando:
— Queremos verificar a conduta de nossos policiais e, por isso, a investigação nos interessa, mesmo não se tratando de crime militar. O policial não estava em horário de trabalho, nem na região de atuação de seu batalhão. Mesmo assim, faremos essa investigação para identificar as circunstâncias em que isso ocorreu e qual o motivo desta conduta.
Os envolvidos serão chamados pela Brigada Militar para prestar depoimento, e o CPC vai definir que medidas poderão ser tomadas.