PM agride travesti
Uma das notícias mais acessadas nesta terça-feira (19) na área da Segurança é um vídeo que flagra um policial militar agredindo uma travesti durante uma abordagem, em Porto Alegre. O vídeo foi entregue ao secretário da Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer, pelo vereador Roberto Robaina (PSOL), que também encaminhou o material à Defensoria Pública. A agressão aconteceu na Rua Ramiro Barcelos, no trecho entre a avenida Farrapos e a rua Voluntários da Pátria, no bairro Floresta.
A agressão, aparentemente sem motivo, reforça um dado assustador: nos primeiros sete meses do ano, dobraram relatos de agressões cometidas por policiais no Estado. Segundo o Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, nos sete primeiros meses deste ano, as denúncias de violência policial aumentaram 134%, pulando de 96 relatos para 225. A maioria dos casos relatados envolve PMs.
São tipificados como violência policial abusos praticados pela Polícia Civil, Guarda Municipal e Brigada Militar, responsável por quase 90% das denúncias que chegam ao conhecimento do CRDH. As 216 notificações registradas na Defensoria Pública em todo o ano passado representam aumento de 166,66% em relação à 2015, quando o órgão atendeu 81 casos. Em 2014, haviam sido 67.
Uso de fuzil em execução
Na lógica de extrema violência das quadrilhas em guerra na Capital, não basta matar um rival. É preciso barbarizar: decapitar, esquartejar ou desfigurar a vítima com dezenas de tiros de fuzil – como aconteceu no bairro Cascata, na zona sul de Porto Alegre, na madrugada desta quinta-feira (19). Conforme a Polícia Civil, Edimilson Alves Urbano, 26 anos, foi retirado de casa por um grupo de criminosos e levado até a Rua Dallas, onde foi atingido por tiros de fuzil 5.56 e pistola calibre 9 milímetros.
Presos em DP
O Rio Grande do Sul era um dos poucos Estados do país que havia erradicado, desde os anos 80, a presença de presos em delegacias. Era motivo de orgulho para autoridades gaúchas. Delegacias foram construídas para mantar presos um ou dois dias até que informações indispensáveis à investigação sejam realizadas. Nos últimos anos, porém, a falta de vagas em cadeias fez com que DPs da Região Metropolitana fossem transformadas em pequenas penitenciárias. A presença de presos em DPs representa uma ameaça aos policiais, que não estão preparados para o serviço de agente penitenciário, à comunidade, que convive com risco diário de motins e de fugas, e aos próprios presos, que não têm condições mínimas de dignidade.
Nesta quarta (19), o secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, prometeu que o governo resolverá até novembro a situação dos presos mantidos em delegacias. A promessa (mais uma) ocorre após a Ugeirm Sindicato — entidade que representa escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil — entregar pedidos de vistoria e possível interdição dos prédios. No total, o sindicato solicitará que 13 delegacias, das regiões Metropolitana e Carbonífera, sejam avaliadas pelos bombeiros e pelas vigilâncias sanitárias das prefeituras.
Vamos ver se, desta vez, a promessa será cumprida.