O estudante de Medicina preso em Porto Alegre com 12 mil imagens de crianças e de adolescentes foi indiciado pela Polícia Civil. A conclusão da investigação foi encaminhada no final da última semana à Justiça.
Conforme a delegada Laura Lopes, o estudante foi indiciado por dois crimes. O de "adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente", previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, e pelo crime de "Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso", previsto no artigo 241-D.
Andrio Coletto Bozzetto, 27 anos, está preso preventivamente em Canoas. O caso chegou ao MP do Rio Grande do Sul por meio da Polícia Civil de São Paulo. A investigação se iniciou em território paulista após o pai de um menino de 10 anos encontrar diálogo com conotação sexual entre o filho e um perfil falso em rede social. A partir da denúncia, o MP e a polícia chegaram ao estudante em Porto Alegre.
— Pelo que apuramos, o jovem só falou com a criança, não chegou a encontrá-la. O material apreendido com ele vai passar por nova perícia. Os crimes foram cometidos somente pela internet e, até agora, nenhuma criança ou adolescente que aparece na imagem foi identificado como sendo paciente dele — explica a delegada Laura Lopes.
As 12 mil fotos encontradas no notebook do estudante são todas de meninos ou adolescentes, grande parte delas divididas em pastas com os nomes das crianças. O material apreendido ainda deverá passar por nova perícia, e a polícia segue investigando o caso.
O advogado do universitário, Valdir Florisbal Jung, afirma que vai entrar com novo pedido de habeas corpus do estudante. A defesa ainda não teve acesso à perícia nem aos autos do processo.
— O jovem nunca entrou em uma delegacia de polícia e tem condições de responder ao processo em liberdade, uma vez que já prestou depoimento e se colocou à disposição da polícia. É primário, tem bons antecedentes e endereço fixo e trabalha. Ele contou à polícia que nunca teve relação física com ninguém. É isso que vamos alegar para pedir a liberdade dele.