Ex-jogador do Vasco e do Fluminense, Diguinho, 34 anos, negou na noite desta sexta-feira (13) ter agredido um policial militar em Canoas, sua cidade natal. A Brigada Militar (BM) afirmou que ele deu um soco na boca de um PM que o abordou na Oktoberfest de Canoas, na noite de quinta-feira (12).
Em entrevista por telefone ao GaúchaZH, Diguinho e seu advogado contestaram a versão da BM e disseram que o jogador foi agredido após tentar conversar com os policias que abordavam um de seus amigos de infância, que já teve envolvimento com crimes no passado.
— No momento em que fomos perguntar o que tinha acontecido, o policial já veio para cima da gente — disse o volante.
Diguinho disse que o servidor foi mais agressivo após ele confirmar que era amigo do homem que estava sendo abordado:
— Ele (o policial) começou a acusar a gente, que eu era de facção, não sei o quê. Eu disse que ele estava enganado, ele disse que não e daí partiu para cima, tentando me agredir covardemente.
Diguinho disse que foi agredido por dois ou três policiais. Outras três pessoas que o acompanhavam também teriam sofrido agressões por PMs, segundo o jogador. O atleta contestou a versão da Brigada, que relatou que um PM levou o soco enquanto fazia a conferência da documentação num procedimento de rotina, acompanhado por um colega.
— Imagina um cara dando um soco em um policial. Eu não teria nem essa coragem. Apenas fui me defender dos policiais. Eu levantei os braços para tentar defender meu rosto — afirmou Diguinho, destacando que acredita que esse foi um caso isolado, não representando os valores da instituição.
A Brigada afirmou que o jogador, um mulher que o acompanhava e o PM foram para um posto de saúde em Canoas, onde foram medicados, e depois retornaram a uma central da Brigada Militar na Oktoberfest de Canoas. Diguinho e a mulher assinaram um termo circunstanciado e foram liberados. No termo, Diguinho responde por lesão corporal e a mulher por desacato e resistência.
O jogador disse que teve parte de um dos dentes quebrados e sofreu escoriações na cabeça e em outras partes do corpo. O atleta afirmou que pediu os laudos do atendimento aos policiais e a presença de um advogado, mas teve o pedido negado. Ele ainda anunciou que vai realizar exames no Hospital da Ulbra, na segunda-feira (13), para comprovar as lesões. O PM envolvido na ocorrência fez exame de corpo de delito no Departamento Médico Legal (DML), segundo a BM.
O advogado de Diguinho, Clóvis Braga, confirmou que o jogador registrou um boletim de ocorrência nesta sexta-feira (13). O defensor ainda revelou que vai ingressar com uma representação contra os policiais na corregedoria da BM na segunda-feira (16).
Após falar com Diguinho, a reportagem de GaúchaZH voltou a entrar em contato com a Brigada Militar. O comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Canoas, tenente-coronel Valdeci Antunes dos Santos, reafirmou que o posicionamento da corporação continua baseado no registro do termo circunstanciado, que cita a agressão ao policial.