A Polícia Civil apura as razões para os assassinatos de dois motoristas do aplicativo Uber, ocorridas na madrugada desta quarta-feira (26) em Porto Alegre. Os casos não têm relação, mas em um deles a investigação confirmou que a vítima fazia uma corrida e teria sido morta em ataque ao passageiro que levava.
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Anderson Luiz Braga Lessa, 32 anos, sem antecedentes, atendeu ao chamado de Cristian da Rosa Conceição, 27 anos, para uma corrida até o bairro Santa Tereza, na Zona Sul, às 2h. Mais tarde, os dois foram encontrados mortos dentro do veículo, crivado de tiros, na Rua Dona Malvina.
Ainda não há informações sobre a motivação ou autoria do crime, mas a suspeita inicial é de que o alvo do ataque fosse Conceição, que tinha antecedentes por homicídio e tráfico, segundo a polícia.
No outro caso registrado na madrugada desta quarta, a investigação ainda não conseguiu esclarecer se o motorista do Uber estava ou não trabalhando no momento do crime. Deivison Pontes Ferreira, 28 anos, foi assassinado por volta de 0h30min, no Beco Pedro Rodrigues Bittencourt, bairro Vila Nova, na Zona Sul.
No local, os indícios iniciais colhidos também não permitem determinar a motivação do crime.
Relato de discussão com três passageiros
O mais curioso é que os bolsos de Ferreira estavam revirados, e ele estava sem carteira e celular, o que indica um latrocínio (roubo com morte). Por outro lado, os sete tiros que atingiram o corpo dele caracterizam, para a polícia, uma execução, sem intenção do roubo.
– Precisamos confirmar todos os relatos para então descartar hipóteses. Por enquanto, todas as linhas de investigação são possíveis – disse o delegado Eibert Moreira, da 6ª Delegacia de Homicídios.
Conforme a polícia, uma testemunha relatou ter visto o condutor discutir com três homens que desceram do veículo. Pelo menos um deles sacou uma pistola e abriu fogo contra o vidro do lado do motorista. Os bandidos fugiram sem levar o Gol preto, emplacado em Santa Catarina.
O delegado vai procurar câmeras que possam ter flagrado a ação e mandar ofício para a Uber, com o objetivo de saber há quanto tempo o motorista trabalhava no aplicativo e se estava em corrida no momento do crime. Relatos de familiares indicaram que ele também fazia viagens de maneira informal.
*Zero Hora