A ficha de antecedentes de Gilberto Bitencourt Viegas, 31 anos, registra fatos bem anteriores ao período em que se tornou o principal líder da Guarda Popular, maior organizada do Inter, e ganhar a alcunha de Giba do Trem.
O documento tem 10 páginas de registros de crimes pelos quais Giba foi processado. Os dois primeiros, em 2003 e 2004, motivaram condenações por roubo e extorsão, com pena de mais de cinco anos em regime semiaberto.
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Giba só se tornou um líder importante da Popular entre 2013 e 2014. À época, havia um vácuo de poder na organizada, resultado de uma rixa entre Jorge Roberto Gomes Martins, o Hierro, e Claiton Moreira de Castro Júnior, o Master. A rivalidade causou violenta briga generalizada no Beira-Rio em 2011, durante o jogo de despedida do ex-jogador colorado Fabiano.
Principal liderança do Comando do Trem, grupo da torcida do Inter que reúne torcedores da Região Metropolitana, Giba ganhou notoriedade antes da Copa do Mundo quando anunciou que ajudaria no alojamento de torcedores argentinos ligados à Hinchadas Unidas Argentinas (HUA), associação de torcidas conhecida por atos violentos e ligação com políticos no país vizinho.
Logo após o Mundial, por ter desobedecido uma ordem judicial que o obrigava a se apresentar à polícia em dias de jogos, teve de usar tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, em 2015, envolveu-se em uma briga no embarque de ônibus de torcedores para Curitiba, onde o Inter enfrentaria o Coritiba pelo Brasileirão. Apontado como um dos autores de agressões, que incluíram pedradas e socos e levaram Marcelo Silveira Machado ao Hospital de Pronto-Socorro, Giba rompeu a tornozeleira e viajou à capital paranaense. Depois de voltar, foi preso por tentativa de homicídio por conta da participação na briga.
Giba ficou preso de outubro de 2015 a agosto do ano passado. Enquanto estava em reclusão, foi acusado do crime de tráfico de drogas, em processo que estava correndo. A polícia suspeita, agora, que sua morte tenha relação com sua ligação com o tráfico.
* Zero Hora
