Com uma série de condenações por roubos, porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas, homicídios e tentativas, Paulo Márcio Duarte da Silva, Maradona, já foi considerado o bandido mais poderoso do Estado. Nessa quinta-feira, ele está sendo julgado na Vara do Júri de Porto Alegre por um homicídio ocorrido em 2011, do qual ele seria o mandante.
O esquema de segurança foi reforçado, inclusive com apoio da Brigada Militar e de agentes federais. Atualmente, Maradona está detido no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e foi trazido a Porto Alegre para o Júri e audiências de outros processos.
Mesmo preso, durante muito tempo ele ordenou crimes e comandou uma das mais poderosas facções que atuam no Rio Grande do Sul.
Maradona começou a cumprir penas em 1997, por assaltos. Em 2004, em um tiroteio, provocou a morte de uma menina de quatro anos, atingida na cabeça por uma bala perdida, no bairro Cohab-Feitoria, em São Leopoldo.
Por essa morte, e pela tentativa de homicídio de seu desafeto, com o qual trocou tiros, ele foi condenado a mais 40 anos de prisão.
Em 2005, Maradona foi apontado como o principal suspeito de ter sido o mandante do assassinato de Dilonei Francisco Melara, criador da primeira organização criminosa gaúcha. Porém, não chegou a ser indiciado por esse crime, por falta de provas.
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Com a morte de Melara, Maradona foi alçado ao comando da facção. Em 2006 e em 2011, preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), foi flagrado em escutas telefônicas ordenando assassinatos, comandando o tráfico, organizando lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
De seu currículo, consta também o fato de ter sido o primeiro preso gaúcho a ser transferido para uma penitenciária federal de segurança máxima: esteve em Catanduvas, no Paraná, entre 2011 e 2013. Durante esse período, perdeu a liderança e foi excluído da facção.
Em maio de 2015, novamente na Pasc, participou do assassinato de Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, durante o almoço, no refeitório de um dos pavilhões da penitenciária.
Somadas as suas condenações, ainda sem o resultado do julgamento desta quinta-feira e do processo pela morte de Teréu, Maradona tem 97 anos e 10 meses de prisão por cumprir.